Virou rotina ano após ano que as noticias após as
festas de ano novo sejam focadas não corrupção, pois estão de recesso, ou na violência,
mesmo que esta nunca deixe de acontecer.
Mas sim sobre as constantes tragédias causadas por
enchentes e o famoso risco de apagão causado pela estiagem nas regiões onde os
rios secam e as represas tornam-se grandes buracos secos.
No ano passado o apagão que deixou na escuridão
100% do Nordeste e 77% dos estados do Tocantins e Pará foi o quarto registrado
no país em menos de 35 dias. No fim de setembro, sete milhões de pessoas
ficaram no breu no Nordeste. Depois, uma pane num transformador em Furnas, de
Foz do Iguaçu, interrompeu o fornecimento de energia para grande parte do país.
E, em menos de 24 horas, um novo apagão afetou 70% do Distrito Federal.
Apesar do excesso de otimismo da Presidente Dilma e
a cara de poucos amigos do ministro Edson Lobão, a verdade mesmo é que algo
está muito errado no sistema elétrico nacional. A série de apagões,
classificada como “anormal” pelo Ministério de Minas e Energia, expõe
fragilidades do sistema elétrico brasileiro e põe em risco sua confiabilidade.
Eles apontam a falta de investimento na manutenção
das linhas de transmissão como a causa mais notória desse período de sombras
que o país atravessa. Falta de um plano B e pessoal técnico qualificado também
contribuem para o pisca-pisca no fornecimento de energia para os consumidores.
Em 70 anos, o Brasil cresceu a passou a consumir
mais energia, só que a modernização do sistema de transmissão não acompanhou o
mesmo ritmo. Algumas subestações estão há mais de 50 anos em operação, e carecem
de manutenção e modernização. Mas esse investimento não está sendo feito. Nem
pensado para o futuro o que será do sistema de distribuição brasileiro.
Ao anunciar a antecipação da renovação dos
contratos de concessão do setor elétrico, a própria presidente Dilma Rousseff
reconheceu a situação do sistema de transmissão e das subestações, chamando-as
de “velhas senhoras”, e exigindo mais investimentos das empresas. Mas “pedir”
não é bem o verbo que Dilma deveria usar com as concessionárias e com a própria
Eletrobras.
Subestação é uma instalação elétrica de alta
potência, contendo equipamentos para transmissão e distribuição de energia
elétrica, além de equipamentos de proteção e controle, capazes de, por exemplo,
conter um incêndio como os que foram causados por alguns apagões.
Um levantamento feito por uma ONG de diz que a Eletrobras,
investiu apenas 37,6% dos recursos disponíveis para 2012, entre janeiro e
agosto. Mesmo assim a Eletrobras afirma que já foram realizados R$ 1,065 bilhão
até o momento, 67% do total previsto para o ano passado destinado
principalmente a melhorias e reforços do sistema de transmissão, modernização
de usinas hidrelétricas e aos empreendimentos em SPEs, como as usinas Santo
Antônio (RO) e Teles Pires (MT/PA).
O grande temor, apesar nas negativas do governo
federal, é que o socorro venha tarde demais. Aqui no Amapá temos apenas a
esmirradinha usina Coaracy Nunes, o Paredão, e a contar com a idade do sistema
de distribuição amapaense, esperando a chegada do linhão de Tucuruí e a
estiagem do ano passado. Resta lembrar que ao contrário da vontade politica e a
velocidade de quelônio das obras públicas. Eletricidade caminha na velocidade
da luz, indo ou vindo.
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