quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O Apagar das Luzes


Virou rotina ano após ano que as noticias após as festas de ano novo sejam focadas não corrupção, pois estão de recesso, ou na violência, mesmo que esta nunca deixe de acontecer.
Mas sim sobre as constantes tragédias causadas por enchentes e o famoso risco de apagão causado pela estiagem nas regiões onde os rios secam e as represas tornam-se grandes buracos secos.

No ano passado o apagão que deixou na escuridão 100% do Nordeste e 77% dos estados do Tocantins e Pará foi o quarto registrado no país em menos de 35 dias. No fim de setembro, sete milhões de pessoas ficaram no breu no Nordeste. Depois, uma pane num transformador em Furnas, de Foz do Iguaçu, interrompeu o fornecimento de energia para grande parte do país. E, em menos de 24 horas, um novo apagão afetou 70% do Distrito Federal.

Apesar do excesso de otimismo da Presidente Dilma e a cara de poucos amigos do ministro Edson Lobão, a verdade mesmo é que algo está muito errado no sistema elétrico nacional. A série de apagões, classificada como “anormal” pelo Ministério de Minas e Energia, expõe fragilidades do sistema elétrico brasileiro e põe em risco sua confiabilidade.

Eles apontam a falta de investimento na manutenção das linhas de transmissão como a causa mais notória desse período de sombras que o país atravessa. Falta de um plano B e pessoal técnico qualificado também contribuem para o pisca-pisca no fornecimento de energia para os consumidores.

Em 70 anos, o Brasil cresceu a passou a consumir mais energia, só que a modernização do sistema de transmissão não acompanhou o mesmo ritmo. Algumas subestações estão há mais de 50 anos em operação, e carecem de manutenção e modernização. Mas esse investimento não está sendo feito. Nem pensado para o futuro o que será do sistema de distribuição brasileiro.

Ao anunciar a antecipação da renovação dos contratos de concessão do setor elétrico, a própria presidente Dilma Rousseff reconheceu a situação do sistema de transmissão e das subestações, chamando-as de “velhas senhoras”, e exigindo mais investimentos das empresas. Mas “pedir” não é bem o verbo que Dilma deveria usar com as concessionárias e com a própria Eletrobras.

Subestação é uma instalação elétrica de alta potência, contendo equipamentos para transmissão e distribuição de energia elétrica, além de equipamentos de proteção e controle, capazes de, por exemplo, conter um incêndio como os que foram causados por alguns apagões.

Um levantamento feito por uma ONG de diz que a Eletrobras, investiu apenas 37,6% dos recursos disponíveis para 2012, entre janeiro e agosto. Mesmo assim a Eletrobras afirma que já foram realizados R$ 1,065 bilhão até o momento, 67% do total previsto para o ano passado destinado principalmente a melhorias e reforços do sistema de transmissão, modernização de usinas hidrelétricas e aos empreendimentos em SPEs, como as usinas Santo Antônio (RO) e Teles Pires (MT/PA).

O grande temor, apesar nas negativas do governo federal, é que o socorro venha tarde demais. Aqui no Amapá temos apenas a esmirradinha usina Coaracy Nunes, o Paredão, e a contar com a idade do sistema de distribuição amapaense, esperando a chegada do linhão de Tucuruí e a estiagem do ano passado. Resta lembrar que ao contrário da vontade politica e a velocidade de quelônio das obras públicas. Eletricidade caminha na velocidade da luz, indo ou vindo.

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