segunda-feira, 4 de março de 2013

Os buracos do saneamento


Os planos municipais de saneamento básico que terão que ser aviados pelas prefeituras de todo o Brasil, prometem trazer grandes dores de cabeça para novos e velhos prefeitos antes que 2014 termine junto com os prazos dados aos municípios.

Prazos estes, dilatados ao longo dos anos, por gestores que fogem de obras de saneamento básico como o diabo foge da cruz. Estão cada vez mais apertados e as conseqüências parecem se mostrar dolorosas, principalmente para os municípios em que a receita se baseia unicamente em repasses de verbas estaduais e federais.

Os planos municipais de saneamento básico. Que em cidades com menos de 50 mil habitantes os convênios de responsabilidade da FUNASA. E pouco avançaram ao longo do tempo. Em princípio por que os prefeitos ainda estavam recentes nos cargos. Em seguida por estarem no meio de mandato e obra de saneamento não rende dividendos políticos. E em fim de mandato sem direito a reeleição. Ninguém, mas se preocupa em deixar esqueletos para o sucessor.

Como de costume, os prefeitos reclamam, fazem beicinho e até tentam se esquivar da responsabilidade sobre as obras conveniadas de saneamento. Afinal, na cabeça de muitos que ainda tem a mentalidade da política “romântica” é que cano d’água enterrado não aparece e nem rende voto.

Outra dificuldade premente entre as prefeituras, talvez nem seja a boa vontade de alguns prefeitos em fazer o “negócio andar”, mas também pela falta de mão de obra e até empresas especializadas na arte de elaborar projetos que cumpram o termo de referencia normativa para liberação dos tão sonhados recursos.

Recursos estes que muitas das vezes por falta de um simples projeto, estampando no papel as necessidades de água, esgoto ou até mesmo de tratamento de resíduos sólidos do município. Voltam para sua origem sem terem alcançado o objetivo de beneficiar os munícipes.

Também não sejamos levianos de esperar que prefeituras que tem baixíssima arrecadação e vivem com pires nas mãos para receber o repasse, de uma hora para outra encontre recursos para miraculosamente iniciar uma cruzada do saneamento básico em sua cidade.

Claro que nestes casos, as prefeituras menos aquinhoadas devem aderir, até mesmo por uma questão de necessidade, aos consórcios públicos. A praticidade desta modalidade permite que grupos de municípios, formem grupos para dividir custos e assim contratar as empresas que produzam projetos que obedeçam principalmente à realidade sócio-geográfica de cada cidade e não as costumeiras “empresas de sovaco”.

Ações como esta, permitem que se formulem projetos, se acesse recursos e se implementem as obras, tão necessárias para a qualidade de vida do cidadão brasileiro. Basta que para isso, os prefeitos coloquem um pouco de óleo nesta engrenagem meio enferrujada da máquina municipal e ponham para funcionar a pleno vapor os planos municipais de saneamento.

Afinal, depois de educação. O investimento em saúde preventiva é uma das melhores aplicações que qualquer município pode fazer. Pois diferente do que se pensava; a população não quer mais aquela carrada de aterro em bocas de eleição, ou aquela promessa de que após os 20 ou 30 reais da compra do voto, virão mais em seguida.

Na verdade a população quer mesmo é dignidade. E nada melhor do que água na torneira para dar um pouco de dignidade a quem a recebe e certeza do dever cumprido a quem dá!

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