quinta-feira, 29 de julho de 2010

Esperar é uma virtude quando vale à pena.


Esperar é uma virtude quando vale à pena.

Ontem recebi um email interessante do meu leitor, Alberto.

Ele me relata algo que meu colega químico já havia criticado antes e até de uma maneira sarcástica em um artigo anterior chamado “Rota Hilusória”. Na verdade, tem todo o sentido a acrescentar algumas informações ao caso.

O Alberto está desempregado há uns quatro meses, ele me mandou uma cópia do seu currículo, que como analista, considero impecável, não falta a esse rapaz capacitação técnica e experiência profissional. Mas o que ele me relata, confronta com as armadilhas das agências de emprego, por que na verdade é isso que elas são, esse doce título de Recursos Humanos é fabula de psicólogo para vender livros de auto-ajuda.

Bom na verdade o nosso leitor me falou de um cartel de empresas que anunciam empregos que na verdade não existem, ou se existem foram apenas promessas da empresa contratante, algo do tipo cadastro de reserva, que é feito com concursos públicos quando alguma instituição precisa de um reforço no caixa e conta com a grande nuvem de desempregados que querem ser funcionários públicos. Ora se nem os concursados para vagas diretas são chamados, imaginem o cadastro de reserva.

Mas existem algumas artimanhas em anúncios que valem a pena comentar. Aqueles que querem contratar vendedores e mudam o nome do cargo para coisas pomposas como supervisor (quem não quer ser chefe?) ou consultor (quem não quer ganhar a vida dando conselhos?), pois é isso que estes cargos fazem como se ser vendedor fosse algo tão ruim quanto vender o drogas.

E ainda temos aqueles que contam com a ingenuidade das pessoas para aplicar golpes correntes, onde você tem que mandar dois selos de xR$ para uma caixa postal para resposta, como se uma carta comum custasse dois, três reais. É óbvio que os selos que você manda, são para envelopar cartas sim, mas a dos clientes do golpista.

Quanto ao caso mais triste, é o das empresas de recursos humanos que se dizem sérias, mas na verdade, pra mim é igual pai de santo, se cobra das pessoas e não das empresas para empregar candidatos, não tenham fé.

Não adianta mandar milhares de currículos, pois as vagas simplesmente não existem, data venha fiz uma experiência fenomenal. Mandei o currículo de meu amigo Marco Antônio Megiolaro, que é um dos papas da engenharia mecatrônica da USP. Seu currículo faz inveja a qualquer ser humano das ciências exatas. Claro que não coloquei seu nome no cadastro nem seu currículo na íntegra.

O que é certo é que das 16 vagas cadastradas com o currículo do Megiolaro em um site de uma “grande empresa de Rh” aqui do estado nenhuma ofereceu qualquer contato, nem por email nem telefone nem... Nada! Pude então constatar que não passa de uma grande enganação, algo do tipo, para você se cadastrar em um site e fazer um marketing de números para seus clientes pagantes: “temos milhares de cadastrados em nosso site”.

Quanta hipocrisia destas empresas.

E ainda tem o agravante, algumas têm a mania de consultar o SPC e SERASA do candidato como se ele fosse fazer uma operação de crédito. O que mais vão inventar. Afinal se um desempregado procura emprego é justamente por que não tem recursos para honrar seus compromissos e por ordem vai parar nos cadastros de proteção ao crédito. Então entramos no ciclo vicioso do ovo e da galinha e de quem veio primeiro.

Ah Ministério Público! Mas eles não procuram emprego em agências não é?

Quando faço a gestão de uma empresa, na maioria delas eu dispenso a ajuda de empresas de RH, afinal ainda temos gente séria e profissional, que é capaz de entrevistar um candidato a emprego, já massacrado pelo tempo fora do mercado e das agruras da falta de dinheiro quando o seguro desemprego acaba e descobrir se ele realmente vale a pena para a empresa interessada.

O pior de tudo são aquelas que recebem seu currículo, te entrevistam, te dão esperanças e nunca mais te dão noticias, e se recusam a te atender para te dar qualquer informação.

Tudo bem o direito de contratar ou não contratar é da empresa, mas que pelo menos não faça do candidato um joão bobo que fica ao lado do telefone com a virtude da espera de uma salvação que nunca vem.

Bom dia a todos!

Um comentário:

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