segunda-feira, 26 de julho de 2010

O dedo mágico


Com a proximidade das eleições, vemos que um empate técnico constante entre Dilma e Serra, faz com que cheguemos a pensar alguns pontos fortes. Não desprezando Marina Silva, mas acho que o brasileiro ainda não está preparado para ela, pode até ser que ela esteja preparada para o Brasil. Mas isso não faz nenhuma diferença.

Serra, por exemplo, já foi deputado, prefeito, governador, ministro e aspirante a presidente. Por outro lado Dilma tem em seu currículo apenas a militância e ministérios, não disputou cargos públicos. Até mesmo por que as bolas da vez eram Palocci e Dirceu. Mas isso é passado e como não tem tu, vai tu mesmo.

Lula elegeu Dilma como o delfim salvador, o czarevich da sua sucessão imperial designada pelo próprio Deus. Mesmo contra todos os prognósticos, deu a ela a propedêutica do mundo político e mandou-a à prancha a caminhar. Lula é bom nisso, Lula por incrível que pareça, termina um segundo mandato com uma aceitação histórica da opinião pública de 80% e olha que contra ele também corriam todos os prognósticos contrários no inicio da primeira campanha presidencial vitoriosa, que culminou com o inicio da era Lula.

Mas Lula não precisa ser como os outros políticos, por exemplo, a maioria dos políticos tem que posar de povo, nem que seja pelo período de campanha, mas Lula, ele é povo mesmo com seus ternos caros, pelo menos tenta ser povo. Falando o que lhe vem na cabeça ou com as mãos espalmadas mostrando o dedo amputado (ou a ausência dele!), ele sabe direitinho como ser associado ao povo, cara pobre, metalúrgico, semi-analfabeto, rude... A maioria dos Brasileiros se identifica com ele, pois ele não precisa encenar um drama, ele por si só já é o drama!

Não precisa nem dizer que o drama bolsa família, um paliativo para miséria extrema, visto com desconfiança ferrenha por grande parte dos formadores de opinião. Tornou Lula um bastião da luta contra a pobreza, mesmo que de efêmero e frágil resultado. Vai que o novo ou nova presidente da república ache que não deve mais dar as bolsas?

E ai como fica o povo? Já que a história de dar o peixe em vez de ensinar a pescar acabou é usada há séculos. Pão e circo também fazem parte das táticas políticas, mas isso só próximo das eleições quando o circo realmente arma a lona e pega fogo.

Isso faz com que qualquer pessoa que o dedo (ou a falta dele) de Lula toque, seja agraciado com a mesma aceitação que Dilma tem tido, mesmo que empatada com Serra.

Nunca achei que seria uma eleição rápida e de resultados já previstos. Mas uma coisa é certa, não sou a favor de Lula nem de Serra, só vejo o que me mostram e o que não me mostram eu deduzo, mas acho que poderíamos comparar as atitudes de Lula em relação a campanha de Dilma com uma declaração do ex-senador do Amapá João Alberto Capiberibe:” - Se eu quiser elejo até um poste! ”, e não foi que ele elegeu mesmo!


Boa semana para todos

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