sexta-feira, 2 de julho de 2010

Praga pega!


De vez em quando eu comento sobre temas da personalidade do ser humano. Mas o tema de hoje é baseado em um fato que li durante as muitas pesquisas que faço diariamente. Tem a ver com ódio, com falta de reciprocidade amorosa e até onde isso leva.

Durante a construção de uma adutora em Vizeu (Portugal), a equipe de trabalhadores se deparou com um pequeno cemitério familiar, as lápides não informavam os nomes dos ocupantes, por isso foi chamada uma equipe do patrimônio histórico para ajudar na remoção do que pudesse haver nos túmulos.

A equipe de pesquisadores não tinha muitas esperanças de remover nada, pois o período provável das sepulturas era o século XVII. Mas Uma surpresa: Um caixão de carvalho foi retirado de uma das sepulturas e estava bem deteriorado por fora, mas quando aberto, revelou em seu conteúdo um corpo saponificado de uma idosa, vestida de negro e bem conservada. Em suas mãos, um terço de rosas e um pequeno quadrado de papel dobrado.

Ao ser levada para o centro de pesquisa histórica de Lisboa, finalmente o papel pôde ser desdobrado e enfim seu conteúdo lido:

Por haveres me abandonado, enquanto trabalhava para prover o sustento de nossa família, por haveres levado a honra de nosso santo matrimônio à ruína, apenas pela arrogância do teu ser, me privado da convivência de minha prole. Levanto minha voz contra ti e contra tua existência para que qualquer demônio que perambule nas redondezas ouça-me e dê-me o dom da revanche. Nada em tua vida irá vingar. Tua prole te abandonará para não mais te ver em vida, os homens que por ventura tiveres ao longo de tua existência, não serão teus e sim do mundo e só te terão para aplacar a concupiscência de tua carne e mais a deles. Seca será tua vida daqui para frente. Nenhum comuna ou parente te fará frente ou regozijo pela tua presença. Abandonada à solidão será tua existência vil.

Tu que sempre enaltecesse a tua vaidade, secará por dentro e por fora. Os sobreiros farão semelhança em sua casca à pele do teu corpo, acinzentar-se-á tua pele e os vincos da tua intolerância levarão tua carne aos assemelhes da pele de cão decrépito.

E por fim, na hora de tua morte a virgem não segurará tuas mãos para guiá-la ao criador. Será teu corpo e alma abandonados à terra sem que nela se consuma, sem que saias do teu casulo, sem que recebas a redenção do ungido nem suas dignas exéquias, sem que jamais se lembrem de ti ou dos atos danosos que fizestes em vida, pútrida e sem ideal, apenas por tua vontade ignóbil e egoísmo vil.

Os espíritos da vingança que se aproveitem de mim e de minhas palavras para prover a necessidade de sua existência. Que assim seja teu desterro, tua vida e tua morte
”.

Aff, que história. Do marido e da mulher não se teve informações do que aconteceu, nem seus nomes e nem o que aconteceu até a carta chegar às mãos da moribunda, nada além dos fatos figurados na carta.

Mas uma coisa é certa. Nesse dia os espíritos da vingança, estavam dispostos a atender uma prece.


Bom fim de semana a todos!

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