segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cuidar das pessoas?


Gente parece que agora a moda mudou seu rumo. Antes, nos horários de propaganda eleitoral, a vedete eram as “obras públicas”, supostas melhorias que seriam realizadas para o bem da população, coisas que iam bem além do poder do mandato de um político. Hoje por exemplo não existe mais prefeito desavisado de que não pode prometer casa própria, ou vereador prometendo grandes campanhas de asfaltamento em massa.

Mas a moda agora é a bandeira do “cuidar das pessoas”. Como bem sabemos a política brasileira existe bem antes da república em 1889.

A politicagem populista vem até mesmo do Imperador que queria vender as jóias da coroa para aplacar o sofrimento do nordestino. E com o Getúlio sempre bancando o pai dos pobres.
Salvo conduto ou não, boa vontade política ou não, a questão do cuidar das pessoas tem sido mais fortemente abraçada, pois psicologicamente, quem não gosta de sentir que tem alguém cuidando da gente? Deus não se envolve em políticas públicas! Por isso não contem com Ele no horário eleitoral.

Mas se tudo isso fosse verdade mesmo, não teríamos tanta gente morrendo na porta dos hospitais por falta de médicos e profissionais de saúde que faltam nos feriados e também nos dias úteis. Alegando baixos salários. Mas e o cidadão que é atendido por este serviço? Que às vezes nem salário tem?

Se cuidar das pessoas fosse uma política de verdade, não sofreríamos tanto ao ver nossas estradas e ruas das cidades em péssimo estado, mesmo sabendo que pagamos os impostos destinados a esse “cuidado com as pessoas”. Ficamos chocados ao constatar a situação das farmácias em postos de saúde e hospitais, onde o socorrido chega e é colocado em uma maca e lá fica para esperar o Zé da foice chegar.

Afinal, quem cuida de nós? Quem se importa, se o aparelho de Raios-X do pronto socorro está quebrado há mais de dois meses, se as ambulâncias do SAMU são insuficientes para atender pelo menos a metade da demanda de urgências a que são destinadas. Se apenas 9% das pessoas “cuidadas” tem plano de saúde particular.

Se as pessoas fossem tão bem cuidadas assim, certamente não teríamos idosos vegetando nos pontos de ônibus, esquecidos pelos motoristas que parecem ter participação acionária no capital social das empresas de ônibus, pois não param para os idosos que tem direito à gratuidade, assegurados por lei. E alguns quando param, nem esperam os idosos subirem o primeiro degrau e partem, deixando a massa de velinhos literalmente no chão.

Seria bom se os políticos realmente cuidassem de nós e de nossos direitos como cidadãos que os elegem para esse fim, mas cada vez que se elegem, cuidam apenas do próprio umbigo e voltam quase quatro anos depois para dizer que querem cuidar de nós mais um pouco, mais um mandato. Eu como trabalhador não consegui amealhar uma fortuna ou um patrimônio invejável como muitos deles que com um salário conhecido, jamais poderiam também fazê-lo, mas mesmo assim o fizeram.

Certamente se cuidássemos de nós, teríamos mais lixeiras à vontade nas ruas (chupei uma bala e passei meia hora para achar uma lixeira para o papel). Com certeza, o fornecimento de água não sofreria interrupções enormes e o transporte público seria uma maravilha. E teríamos mais segurança de andar nas ruas.

Teríamos mesmo?

Políticos cuidem de mim...

Brazil boa sorte hoje contra os chilenos e Osvaldo, um forte abraço pela contribuição de hoje.

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