sábado, 18 de junho de 2011

Acorda Dona Felicidade


Todas as coisas boas da vida podem ter gosto, odor, nome, endereço e telefone. Mas o que nunca podemos guardar, por mais que tentemos, são os detalhes de uma boa lembrança. Acredito que agora, as mudanças pelas quais passei se concluíram, a metamorfose está completa, podem chamar Kafka para registrar; o barro está pronto para as mãos habilidosas do grande oleiro, para que enfim a obra seja realizada.

Sabia que este dia chegaria, o dia em que me faltariam palavras e que os argumentos me seriam tão difíceis de extrair como raízes daninhas no seio da terra. Hoje completo mais um oceano de tempo sobre a face empoeirada de um mundo ao qual sempre desprezei ate encontrar meu rumo.

Rumo tomado, remo contra e a favor das correntes, como uma viagem dentro do Marajó, de onde se enfrenta ou se abraça ao sabor das correntes cada vez que se altera o curso para chegar a um destino comum.

Lacônico? Melancólico? Sinto-me hoje como a gravura de Dürer, um ser impotente diante de todos os instrumentos da sabedoria humana, mas sem saber o que fazer com eles pela falta de norte a tomar. Meu norte pessoal está traçado, mas a vida não é só sentir, a vida é o fazer e não posso definhar, tenho que enxugar as lágrimas e fazer o que tem que ser feito: Fazer valer a pena!

Desperta! Levanta! Anda! Sigo agora as ordens do Mestre. Acorda e vai ser feliz...

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