domingo, 3 de julho de 2011

Kata ton daimona eaytoy


Há quatro décadas morria em Paris, aos 27 anos, Jim Morrison, o poeta que liderou o The Doors e que se tornou um ícone de uma geração.

O rastro dos últimos passos de Morrison, que morreu com a mesma idade de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Brian Jones e Kurt Cobain, deixou Paris repleta de lugares venerados por fãs incondicionais a cada 3 de julho.

Protegidos por uma cerca metálica na divisão 6 do cemitério Père-Lachaise, os restos mortais de James Douglas Morrison (1943-1971) jazem sob uma lápide que nunca fica sem flores e onde um epitáfio reza: "Kata ton daimona eaytoy" (Fiel a seu próprio espírito).

Lá se reúnem adeptos, que frequentemente declamam poemas, tiram fotografias ou colocam garrafas de bourbon junto à célebre lápide, muito mais frequentada que as do escritor Oscar Wilde, a soprano Maria Callas ou do compositor Frédéric Chopin, que ficam próximas.

Itamar Franco, também nos deixou há algumas horas. O senador e ex-presidente morreu por volta de 10h de sábado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado na Unidade de Terapia Intensiva para tratamento de leucemia. Desde o dia 21 de maio, o ex-presidente estava internado para tratamento da doença. Seu estado de saúde piorou na sexta, quando passou a respirar com a ajuda de aparelhos. A morte aconteceu em decorrência de um acidente vascular cerebral seguido de coma.

Itamar tinha sido eleito vice de Fernando Collor, mas quando o então presidente foi cassado por práticas pouco republicanas, em 1992. Diante das circunstâncias, Itamar Franco acabou fazendo um ótimo governo, deixando o Palácio do Planalto no final de 1994, com um índice de aprovação popular semelhante ao de Lula, no final do ano passado.

Foi ele, afinal, quem colocou Fernando Henrique Cardoso na Fazenda e bancou o Plano Real, que acabou elegendo o ministro como seu sucessor.

Assim era Itamar Franco, sempre meio imprevisível, instável, desconfiado de tudo e de todos, mas que acabou passando para a história como um presidente providencial, um homem probo, que nunca deixou de ser, antes de tudo, um político mineiro, embora tenha nascido num navio no litoral da Bahia

Assim como Jim Morrison teve seu tumulo protegido de imagens, e excessos, Itamar sempre dizia que quando morresse não era para ficar com o corpo dele rodando pelo país. Era para mandar direto para o Juiz de Fora. E assim será.

Adeus Itamar!

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