sexta-feira, 7 de outubro de 2011

No Equador se divide tudo

Eu que já não tinha muita credibilidade nas instituições amapaenses de maneira geral. Talvez por muitas experiências desastrosas no decorrer do uso das instituições que ostentam uma pseudo-organização, minha descrença já esteve em face a policia civil pela omissão e desrespeito, a policia militar pelo corporativismo e conluio.

Até mesmo a tão afamada justiça, em todas as esferas do direito gozam da minha descrença e descrédito às suas ações devastadoras. Isso sem falar das instituições de uso maior, como as do estado, município e união, que beiram a caoticidade de tempos bem maianos, quem sabe até 2012 e não falo de eleições.

Mas a gota d’água para quem mora em Macapá é uma instituição que bem que podia ser extinta e não mais faria falta; pelo menos não o desserviço a que ela se propõe executa com maestria, mas fora isso. Sua existência é veladamente sem uso ou propósito, quem sabe até mesmo uma cópia ruim e mal ajambrada dos grandes veículos que ora alienam ora informam, a imprensa amapaense tem apenas um propósito em comum: desinformar.

Pautada em politicagem brejeira, com os brios e escrúpulos pagos por A, B ou até mesmo Z, a imprensa escrita é uma verdadeira piada, erros ortográficos até são desculpáveis por omissão do editor revisor, ou por ausência de corretor ortográfico da Microsoft nas redações, mas as concordâncias verbo nominais deixam qualquer Pasquale abobado com o atentado ao vernáculo.

Isso sem falar da argumentação cheia de redundâncias para defender o ponto de vista da ideologia ou retórica ufanista dos mecenas que os sustentam e manipulam as penas em papel. Tristes dos jornais meia boca que em poucas páginas conseguem estampar o ponto de vista favorável ao governo ou a oposição, depende do bolso ou de quem paga mais, ou melhor.

Isenção? Nem nas rádios nem nas redes de TV se vê a tal isenção que os jornalistas costumam apregoar como o estandarte de suas profissões. Cada um olha para suas contas, remetem ao público uma opinião deturpada, os entrevistados A, B ou Z aparecem sob pontos de vista suspeitos e unilaterais com informações que a cada dia mais confundem a já mal cuidada e mal informada população, que tenta armar um ponto de apoio para seu voto com tantos bombardeios inverídicos e fantasiosos pertencentes ao reino de Oz.

Alguns apelam para a irreverência e propagandeiam abertamente que são parte daquilo que se pode chamar de arremedo de imprensa ou imprensa marrom, outros, veladamente recebem dinheiro de A, B ou Z e simplesmente aderem a política parcial do pau oco, sem desmerecer os santos. As vezes a descrença e a hipocrisia são tantas que chegam a se digladiar ao vivo e ao público.

Às vezes até sinto-me morando na ilha de São Luis, ou sarneylândia, onde há o decreto ou se assiste SBT ou Globo, que são ditadas pela família Sarney ou pela família Lobão. Mas não estamos no Maranhãozão, embora haja muitos maranhenses aqui e até mesmo o próprio Sarney também esteja incrustado aqui, e ainda beijam-lhe a mão como Otávio Mangabeira fez com Eisenhower no acalorado discurso do general em 46, derramando-nos à vergonha alheia.

Enfim não posso apedrejar a todos, tenho que pelo menos recorrer ao velho Vieira e seu opúsculo mais apropriado para o evento: “O bom ladrão”, (...) os ladrões que falo não são aqueles miseráveis a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida (...). O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera (...)

Talvez reflita que temos muito joio para pouco trigo e em meio a tantos pulhas que humilham o jornalismo quando se auto-intitulam parte desse grupo, também temos o bom jornalista, embora que poucos, que agem como tais, investigando, divulgando sem fronteiras ou pudores as mazelas as quais a imprensa tem obrigação de mostrar para enfim manter o status da tão clamada Liberdade. Para eles não existem lados, e o Equador não divide nada...

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