quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nada de cinzas, tudo em cores!

Nos 47 anos do carnaval de rua mais popular do Amapá; A Banda.  Na terça-feira Gorda, no percurso que atravessou o centro de Macapá, levando uma multidão de anônimos e personalidades pelas ruas fazendo a alegria de mais de 160 mil foliões de todas as idades e classes sociais fantasiados ou não, que aproveitaram os últimos dias de carnaval livre de ingressos, arquibancadas ou outras formas de exploração comercial desta manifestação da cultura que no Brasil é forte e tem seu tempero próprio.

Com seus bonecos do porte dos de Olinda; a boneca Chicona e os bonecos Anhanguera e Arizinho, desfilaram entre a multidão todos os tipos de fantasiados com improvisações hilárias e indumentárias bem originais. A Banda já faz parte do contexto do patrimônio cultural do Amapá, o que me leva a pensar uma vez das farpas que troquei com um historiador gaúcho que em uma palestra que assisti do referido cidadão, falava que o Amapá não tem cultura própria, mas sim uma criação absurdamente política que segundo este ente pseudo-acadêmico, o governador Janary Nunes teria inventado o marabaixo para que o Amapá tivesse alguma coisa a ver com o Brasil cultural. Bobagens a parte espero que este indivíduo nunca venha ao Amapá, temo por sua sanidade.

Também podemos retroceder um pouco e falar do esforço de Antônio Nogueira em final de festa de mandato, fez com certo brilhantismo promoter o carnaval de Santana literalmente pegar fogo sem arder. Algo que se pode até dizer como milagre bíblico, já que Santana precisava urgentemente de uma injeção de ânimo após tantos sofrimentos. Nogueira parece ter conseguido achar uma fórmula confiável, mas nada muito "pão e circo". Uma festa espontânea que pelo jeito deixou todos os frequentadores e moradores do segundo maior município do Amapá em ritmo semelhante ao  furdunço soteropolitano.

O interior do Estado infelizmente não foi contemplado com ações momescas por parte do Governo do Estado, talvez pelo desejo constante de bater e humilhar Roberto Góes e tentar assumir alguma gestão sobre a prefeitura, alvo frequente do governador e séquito de carrapatos escrotais. O certo mesmo é que o interior do estado teve que se contentar com pequenos eventos provenientes de micro carros de som que tentaram em vão retirar seus moradores do aconchego da frente da televisão assistindo o desfile das cariocas já que não houve incentivo do Estado em transmitir seu próprio carnaval, visto que fizeram turismo de badalação até em terras guianenses.

Erros crassos também foram cometidos pela divulgação do evento, visto que a população paraense quase não ouve a PRC-5 Radio Clube do Pará. E lá estava a majestosa peça publicitária do carnaval amapaense trafegando nas ondas médias via interiores em alto e bom som para que os ribeirinhos tomassem pé de que no Amapá existe carnaval... Mas o público alvo jamais virá aqui por falta de recursos.

Cerca de 150 guianenses cruzaram a ponte binacional para aproveitar o carnaval do meio do mundo, mas a um custo per capta-marketing tão proibitivo quanto à venda de passagens para uma volta ao redor do planeta em um foguete russo. A infantilidade da comemoração pelo surgimento de um voo extra para o estado durante o reinado de momo me leva a pensar onde estava este povo quando os voos extras que acontecem com certa frequência e não só por causa do carnaval do meio do mundo, mas por outros eventos como as férias escolares, por exemplo.

R$ 2,5 milhões foram investidos pelo Governo do Estado e entregues a um cidadão que mal sabe quais os princípios básicos da organização de um evento desse porte e num afã incontrolável de quem nunca comeu melado, achou que a população amapaense ainda está abarrotada dos famosos marajás de Collor, que estariam dispostos a desembolsar R$ 4 mil para macaquear em seus camarotes metálicos de segurança duvidosa. Fora a estrutura levantada com som que custou uma centena e meia de milhares de reais e quase não se ouvia uma nota audível pela qualidade reverberante e opaca do som alugado que precisou de um enxerto dos cabos da CEA para pelo menos tentar fazer cantar os tamborins.

Pareando o medo com o fato ocorrido na apuração do carnaval paulistano, o presidente da LIESA e seus asseclas se refugiaram em uma casamata talvez escura, para cantar as notas de valor duvidoso e conturbado, fazendo assim com que escolas tanto do grupo de acesso quanto do grupo especial comemorassem um título e alguns minutos depois se debulhassem em lágrimas pela perda do mesmo em função de má contabilidade e divulgação da informação. Triste fim. Tanto das associações de blocos que também entraram na seara do dinheiro público e o ex-presidente acabou tendo R$ 45 mil reais depositados em sua conta e dado destino incerto e não sabido ao dinheiro. Mudança sim, muita mudança.

O espetáculo fica por conta das escolas de samba que entre mortos e feridos, conseguiram salvar o brilho e resgatar o carnaval da avenida de onde os blocos deveriam ser extirpados e entregues às ruas de onde nunca deveriam ter saído. Conspurcados os gestores do "samba" tanto das ligas quanto das associações. O brilho se mantém, belíssimo espetáculo que com certeza embora algumas nódoas não indeléveis, será sempre uma festa do povo de onde senhores, nunca poderão açoitar o povo no seu afã de ser feliz no reinado de Momo. Como o samba da escola vencedora profeticamente diz: A beleza está nos olhos de quem vê. Vejamos nosso carnaval com mais carinho é do pouco que nos resta da nossa cultura mais intima...

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