sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dominus vobiscum

O desejo de ver a Deus será saciado se permanecermos fiéis à nossa vocação de cristãos, porque a solicitude de Deus pelas suas criaturas levou-o a estabelecer a ressurreição da carne, verdade que constitui um dos artigos fundamentais do Credo, pois se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou, e se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e também é vã a vossa fé. “A Igreja crê na ressurreição dos mortos [...] e entende que a ressurreição se refere ao homem inteiro”, incluído o seu corpo, o mesmo que tiver tido durante a sua passagem pela terra.

A liturgia transmite esta verdade consoladora em inúmeras ocasiões: Ele (em Cristo) brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E àqueles a quem a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que creem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada; e, desfeito o nosso corpo mortal, é-nos dado nos céus um corpo imperecível.

Deus espera-nos para sempre na sua glória. Que tristeza tão grande para aqueles que puseram toda a sua confiança neste mundo! E que alegria para os que sabemos que seremos nós mesmos, alma e corpo, que, com a ajuda da graça, viveremos eternamente com Jesus Cristo, com os anjos e os santos, louvando a Santíssima Trindade!

Somos homens e mulheres de carne e osso, mas a graça estende a sua influência ao corpo, diviniza-o de certo modo, proporcionando-lhe uma espécie de antecipação da ressurreição gloriosa. A consideração frequente de que este nosso corpo, templo da Santíssima Trindade quando vivemos em graça, está destinado por Deus a ser glorificado, pode ajudar-nos muito a viver com a dignidade e a compostura de um discípulo de Cristo.

Que se pode dizer mais, diante do Deus configurado em carne que andou junto conosco e não iniciou rebeliões armadas, nem intifadas?

Se sua mensagem nos perdura a 20 séculos, viva e sólida, que nos desce a tragos do vinho que se constitui em seu sangue ou em nacos de pão que transpõe sua carne imolada.

Se ao som de sua voz os demônios se curvam, diante de sua grandeza o sol brilha, ante seu chamado os mortos se levantam e os paralíticos caminham.

E sob seu semblante os cegos podem ver. Mas nós ainda assim como Thomé, duvidamos e continuamos cegos, surdos e mudos diante de um Deus vivo e de amor infinito.

E ainda reclamamos, talvez lembrando suas ultimas palavras quando ainda entre nós; que "temos sede" ou simplesmente diante de nossa inercia continuamos a nos perguntar em vão: "Pai por que me abandonastes?" Quando na verdade, ainda temos medo de simplesmente dizer: "Pai em tuas mãos entrego meu espírito!"

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