quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um mal bem entendido

Durante o governo Lula se pensou seriamente em um universo bem maior do que o período de um mandato, isso não se pode negar. Lula teve este momento (ou alguém fez o brainstorm por ele) para que se pensasse a longo prazo as ações de crescimento do Brasil para os próximos vinte anos.

Baseado nesta meta Lula meio que importou um produto nativo, mas já muito americanizado, Mangabeira Unger e seu sotaque meso-tupiniquim que ensina os americanos a disciplina “assuntos aleatórios” em Harvard.

Lula deu-lhe status de ministro e aboletou-o em uma secretaria de nome meio pomposo, batizada de SEALOPRA (Secretaria de Assuntos a Longo Prazo). Depois de muitos cafés e estudos, Mangabeira acabou passando menos do que o previsto, pois Harvard não o liberou para uma estada governista, findando o sonho de Mangabeira de bancar Thomas More e a SEALOPRA acabou virando uma utopia que logo se dissolveu.

Como nem tudo se perdeu. A partir das concepções se deu a ideia de acelerar o crescimento e assim nasce o PAC, de Pai Lula e mãe Dilma. Pronto para criar linhas de investimento em pontos estratégicos da infraestrutura, como saneamento, energia, moradia e as demais linhas básicas da estrutura do País.

Com essa linha de desenvolvimento, surgiram grandes projetos aonde o PAC chega. Assim como exemplos regionais no próprio Amapá, como habitação, que não deixa de ser uma das necessidades prementes desta terra, dentre tantas outras que ainda faltam, mas não foram a diante por fatores mais complexos que a teoria do caos ou a das supercordas.

Baseado nesta politica de crescimento algumas liderança até que tentaram seguir a cartilha dos unificadores Bolivarianos, mas em vez da América seu alvo sempre foi liderar uma Amazônia unificada.

Junto com a herança de Mangabeira e Simon, talvez o governador do Amapá tenha se esquecido da essência do que seja um PAC ao tentar surgir como paladino amazônida e sugerir um PAC das Florestas durante a agenda Amazônica, composta pelos nove estados que compreendem esta região.

Como tudo o que diz respeito a Rio +20 ganha logo domínio internacional, as palavras do jovem governador foram recebidas até mesmo com um verniz de escárnio, pois na prática o emprego do termo logo remete a um Programa de Aceleração do Crescimento de Florestas o que cria um desentendimento externo das reais pretensões do projeto (se é que há um). Pode-se até pensar que o governador quer jogar NPK sobre a floresta, se levar a coisa literalmente para este lado.

Na prática mesmo, se formos comparar com a ultima experiência do DNA dopai do atual governador, quando a época ocupava este mesmo cargo e com um plano maravilhoso de desenvolvimento sustentável (sempre siglas que ficam marcadas, um tal PDSA). De onde se embarcou um carregamento de óleo de castanha para o mercado internacional.

Sem nenhum critério de qualidade o carregamento voltou quando nem bem os fogos que estouravam a saída do navio tinham esfriado. Sepultando assim a primeira, única e ultima tentativa do velho governador em subir no cavalo branco e posar de Bolívar.

Coisa que o filho parece também almejar. Mas como casa se arruma de dentro para fora, o jovem governador deve primeiro ser governador e arrumar seu estado, antes de dar ares de estadista lidera amazônico, enquanto o povo sofre por falta até de uma folha para fazer chá. Mais ainda quando o próximo gestor assumir a vaga de Camilo e descobrir que para fazer seu PAC ele criou uma divida enorme com o BNDES por não saber correr atras de recursos  via bancada federal.

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