segunda-feira, 15 de outubro de 2012

À sombra da samaumeira


Cada um procura um canto, um ponto, um espaço para se acomodar. Seja grande pequeno, novo ou velho, sob um calor escaldante, eles aguardam a chegada da rainha.

Cada um faz sua devida oração, para um canto para um espaço, para uma graça ou benção, não importa, o que importa mesmo é que serão ouvidos.

Vejo que sempre nos reportamos a Ela como advogada dos pecadores, a misericordiosa que move multidões para amá-la e saudá-la, afinal “Ela acreditou” e por isso ascendeu aos céus ao lado do pai e junto ao filho que gerou em carne para que pudesse ser imolado e em seguida adorado e amado pelos cristãos.

O Deus amado e grandioso em sua sapiência infinita não poderia ter nos dado maior presente do que Seu amor grandioso e por nos ter tornado crianças afim de que pudéssemos ter o reino dos Céus, e por que não uma mãe para nos acalentar em nossas vicissitudes e sofrimentos, uma mãe cuja temperança e o amor transcendem todo e qualquer amor banal.

Talvez seja por isso, que não importando as condições climáticas, a sede e a estafa. Mas tendo-se a fé que a Virgem de Nazaré em forma de uma pequenina imagem peregrina exsuda em cada um dos mais de dois milhões de romeiros que desembocam no grande rio que corre nas ruas da bela Belém, não pode ser em vão.

Assim como a busca pelo balsamo da sombra das samaumeiras enquanto se aguarda a chegada triunfante da rainha ao pouso temporário de uma quadra que ocupa soberana há mais de dois séculos.

Salve Maria de Nazaré!

Feliz Círio.

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