quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pátria das Chuteiras Temporárias


Após uma intensa chuva aqui na mangueirosa, finalmente passou e eu pude escrever. Esta semana tem sido uma grande correria, sempre temos que fazer as coisas às pressas, baseados no calendário dos jogos da copa. Ir ao banco antes do jogo, fazer compras antes do jogo, tomar banho antes do jogo, fazer qualquer coisa antes do jogo. Pois durante, não se pode fazer nada. Claro que temos algumas saídas criativas, como por exemplo, uma pessoa muito intima minha (que não quer que eu cite seu nome neste texto, mas que adoro de paixão) que usa o horário do jogo para acessar a internet; que se torna menos congestionada nesse intervalo.


Sapiência infinita. Mas quando temos esse corre-corre, é bom que seja apenas de quatro em quatro anos, mas a brasilidade se manifesta de maneira intensa nesse período e depois o jejum de Brasil. Parece até que só podemos ser brasileiros nos períodos de copa do mundo, isso se a seleção canarinho for para a final, pois quando isso não acontece, bandeiras e patriotismo são derrubados e estilhaçados.

Mais patriotismo só quatro anos depois. É muito triste ver esse comportamento, só se canta o hino em jogos, e ainda assim cortado, duvido que a Marselhesa tenha sido cortada na hora do Marchons, marchons!


Mas é isso, no Brasil temos periodicidade até para o patriotismo, assim como a árvore e as guirlandas de natal tem prazo para ficar expostos, na festa de Reis, o patriotismo brasileiro também tem, chama-se final de jogo.


Não sou forte admirador dos norte-americanos, mas nessas muitas andanças, lá em Atlanta na Geórgia tive a oportunidade de ver o patriotismo americano, expresso pela vivacidade das pessoas com quem conversei sobre a bandeira hasteada nos telhados e jardins das casas em dias comuns que não o quatro de julho. E olha que eles nem são fãs do nosso futebol, mas daquele arremedo de esporte grotesco que eles jogam com a mão.


Mesmo assim independente do período, lá estava o pavilhão tremulando e se exibindo.
"And the star-spangled banner in triumph shall wave O'er the land of the free and the home of the brave." E a bandeira coberta de estrelas em triunfo ondulará a terra do livre e a casa do valente.

Mas vamos dar razão a James Monroe e sua doutrina da América para os americanos. Eles são eles, nós somos nós. O futebol é nosso e a mania de tentar ensinar as coisas certas são sempre as deles é deles. Fico torcendo para que o jogo contra os Lusitanos seja favorável, afinal, diferente da maioria, sou patriota a vida inteira, o futebol para mim que é de quatro em quatro anos.



Pra frente Brazil!

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