domingo, 18 de julho de 2010

Os paradoxos


Zenon em seu famoso paradoxo formulou a hipótese de que uma tartaruga conseguiria vencer uma lebre em uma corrida. Foi ridicularizado, incompreendido, mas no fim fez o que precisava fazer. Provou matematicamente que isso era possível.

Quantas vezes não fazemos a mesma coisa que Zenon e criamos do impossível uma possibilidade lógica?

Às vezes os métodos que utilizamos é que são pouco ortodoxos, às vezes na intenção de salvar algo, temos que mentir; trapacear, agir de maneira burlesca a fim de preservar o todo. Faz parte do instinto humano.

Uma vez perguntaram ao padre Telemann se os textos dele eram heréticos, uma comissão de teólogos foi formada para estudar as idéias deste padre reformista na década de 60. Perguntado se Deus apoiava a violência, ele foi veemente em sua resposta quando disse que se um animal apela para a violência e mata sua presa, então Deus é o criador da violência e faz parte de seus desígnios.

Infelizmente o padre Telemann foi censurado e suas obras proibidas após tal afirmação.

A mãe de minha filha perguntou-me uma vez quando fazia um trabalho da universidade sobre os hebreus, por que eles simplesmente não mentiam sua origem durante a segunda guerra e fugiam dos nazistas? Disse a ela que era uma questão de não negar a fé. Mas muitos judeus não titubearam em fingir-se de alemães natos para escapar do holocausto.

Enfim, os fins não justificam os meios? Não é essa a justificativa mais usada para principiar um erro grave?

Enfim, acho que temos o benefício da dúvida quando recorremos ao indócil vício de justificar uma ação por uma inverdade necessária a preservar o todo, faz parte do instinto de sobrevivência dos seres vivos, até a natureza recorre ao mimetismo para mascarar a vida de frágeis criaturas.

Então por que não nós seres humanos também não termos o perdão por ter se utilizado deste artifício? Pensem nisso. Afinal julgar é fácil quando se esta de fora, os juízes têm o emprego mais perfeito do mundo, não precisam se interar com a coletividade para decidir sobre ela. Isso é muito fácil. O difícil é viver a coletividade em um mundo onde a individualidade esta cada vez mais intensa.

Atire a primeira pedra quem nunca pecou.

Domingo de paz para todos

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