segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A divindade do mal

Pequenas coisinhas que não entram no nosso ambiente, pessoas contraditórias e atitudes que não correspondem. São essas as características mais marcantes da presença do mal entre nós.

Quando falo em mal, não me refiro a entidades fantasmagóricas importadas do "A Haunted" do Discovery, refiro-me mesmo ao mal em sua essência, seu âmago. Quando nos deparamos com esse mal, físico e sólido... É difícil escapar sem maiores danos.

"Durante muito tempo também pensei como muitas pessoas que o mal é a essência dos espíritos ruins combinados com a malevolência luciferiana. Ledo engano, o mal está entre nós e ao contrario da meta, não precisamos de padres ou pastores para exorcizá-lo."

A cada ação não compreendida, a cada infortúnio, a cada mudança de humor, geralmente responsabilizando os hormônios, o stress, as agruras da vida moderna. Enfim, não responsabilizamos o principal catalisador do mal; nós mesmos.

Você pode até dizer que estou errado, que você vai a igreja todos os domingos, faz sua cota de caridade e está com um dos pés no terreno do paraíso. Mas te pergunto; será?

Ontem tirei minhas conclusões sobre a natureza do mal, fazendo-me de cobaia para testar o quanto somos vulneráveis às tendências do mal, das suas auspiciosidades quando se trata de fazer com que sejamos infelizes e cavemos nosso próprio abismo negro.

Vejo também de soslaio o quanto o mal pode se apossar das pessoas, afastando de dentro dos seus corações a imagem da gratidão e a importância do sacrifício. Todos nós fazemos sacrifícios, embora ele seja por nos mesmo, nunca, jamais tendemos a fazer sacrifícios pelos outros, a abrir mão de algo importante para nós em função do outro que as vezes nem dão o referido valor ao ato sacrificado.

Enfim o mal prevalece se adona de nossas vidas, rege como um soberano cruel que tende a cada vez mais levar seu reino a ruína, como um vírus encarregado de matar seu próprio hospedeiro, não sem antes se proliferar.

O mal então é um vírus, se esse se propaga na velocidade do mesmo e age sob a mesma égide, então podemos tirar o mal do campo do esoterismo e agregá-lo ao mundo das patologias, de onde pode se curar dele ou não, depende muito dos avanços que temos em diagnosticar e sarar.

O mal enfim triunfa, quando se apossa e se prolifera, se propaga e enfim, faz jus a máxima: o mal nunca morre. Personifica a natureza da cultura que ele sempre encarna a face do imortal e indestrutível. Apenas afiançável, mas nunca exterminado.

Deixo meus leitores sob influencia do mal, não por que os amaldiçoe, já que ninguém precisa de um ente perverso e demoníaco para se auto-amaldiçoar. Para isso já temos o sumo sacerdote que assim que deseja, pode se encarregar de lançar maldições e fazer o mal prosperar... Nós mesmos.

*** Contribuição - Revista Nova Escola

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