Esta semana precipitou-se um problema, dos muitos que a administração pública tem enfrentado, mas este que afeta diretamente a população em um período onde se fala tanto de luz. A falta dela tem gerado grandes polêmicas de quem na verdade é culpado pela atual conjuntura.
Uma sucessão de fatos, omissões e protelações fazem com que não haja apenas um culpado. O mesmo caso que aconteceu com o governo federal nos tempos de apagão e caos aéreo. Não da para crucificar A ou B. A responsabilidade que aqui não seria uma, e sim uma coletiva. Irresponsabilidade seria ser oposicionista sem caráter para jogar politicamente a culpa dos racionamentos que afetaram o Amapá recentemente.
Mas uma das coisas que devem ser esclarecidas é que um não pode ficar se amparando nos erros do passado e o outro não deve se eximir da culpa de sua omissão. E também; sabe-se que não se pode chegar em Brasília e sentar-se no colo de Edison Lobão, sem um projeto de contenção e ordenamento da CEA, apenas pedindo que a viúva adote a empresa.
Mas o caso CEA é antigo e depende da Eletronorte no quesito geração. A Eletronorte dispõe de uma potência instalada de 256,1 MW, que corresponde a 92,7% daquela efetivamente disponível no Estado. O parque combina geração hídrica e térmica. Os 78 MW de potência instalada de Coaracy Nunes são complementados por 156,8 MW da Usina Termelétrica Santana. E que poderia ser somado a Santana II que segundo a Aggreko, empresa contratada pelo GEA para gerar 47 MW desde ontem quando foi inaugurada as pressas e acabou sem ser testada, tendo problemas técnicos e atualmente esta só com os 24 MW previstos inicialmente.
Não só o governo atual, mas os anteriores sabem muito bem que o período de seca no reservatório de Coaracy Nunes está compreendido entre setembro e dezembro, a Térmica Santana supre a necessidade de energia elétrica no Estado mesmo que com algumas deficiencias. No período chuvoso, quando a hidrelétrica opera a plena carga, a usina térmica atua como complemento de carga. Mas isso com uma população projetada na década de 90. Estamos a 9 dias de 2012.
Existem outros projetos de geração de energia em andamento, mas a longo prazo e a passos de cágado, justamente devido a omissão dos poderes em fazer o óbvio, infra estrutura de crescimento. Afinal não adianta projetar um crescimento numérico quase chinês de 6% se sabemos que a infra estrutura é essencial para esse crescimento.
O jogo do empurra fica explícito quando os poderes parecem crianças brigando pela posse da bola. Marcos Drago (ELTRN) vai a público e diz que Coaracy Nunes está abaixo do nível em 1,5 m e que por isso é preciso parar a geração para armazenar no reservatório e pelo menos gerar no natal, mas só se teve 0,5 m até agora. Mas não explica porque em tempos de grandes mecanismos de informação a Eletronorte não pode programar as paradas dos alimentadores e avisar a população como se deve, da escala de desligamento dos mesmos.
Já José Ramalho (CEA) Não pode se eximir da culpabilidade, junto com o séquito de assessores do governo que se preocupam em ir aos meios de comunicação não apenas para orar a "São Sarney" para salvar isso ou aquilo ou tirar o mea culpa do GEA e da CEA ao invés de dar satisfações ao contribuinte, no caso do GEA e do Cliente no caso da CEA.
Existem inúmeras opções que embora pequenas, podem ajudar a minimizar a crise de energia no Estado, mas ficamos pasmos em ver que quando não há politica ou políticos locais envolvidos, as coisas não tem interesse de ser amparadas. Empresas como a Flórida Clean Power do Amapá que é capaz de gerar 1.7 MW de potência. Embora essa não seja essa sua ocupação principal, o excedente seria vendido a CEA. Mas a usina tem quase um ano de existência e não gerou um só Watt por falta de licença e de excesso de propineiros que visitam a empresa tentando tirar uma casquinha pra liberar papéis. O que inibe novos empreendimentos privados de porte.
Saber governar com sabedoria é cercar-se de bons conselheiros, acostar-se ao sopé da árvore que dá frutos. Mas atualmente vê-se ações como as de Calígula que preferiu seu cavalo Incitatus como conselheiro, Camilo tem se cercado de pessoas que o primeiro emprego formal é como secretário de estado. Ou que entendem tanto da pasta quanto de instalação de bolsa ostomica.
Ao executivo, vem este recado de natal. Mas ao legislativo cabe a mensagem de que sabemos que há oposição majoritária, que é o caso da ALAP, devido ao número de votações aos vetos do governador 21 a 2. A votação nem precisava ser secreta sabemos de onde vem os 2 votos. Mas oposição séria não é igual a merda de gato, que só mostra seu verdadeiro fedor quando pisada.
Tem que ser firme quando a ideologia conflita, mas tem que ser coerente quando as decisões afetam a qualidade de vida do principal interessado: o cidadão, que por enquanto acende velas não pela fé ou pelo período de natal, mas por que também paga pela sua omissão em fiscalizar as ações de quem elegeu. Mea culpa para todos.
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