segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Domingo no parque


Entre 1977 e 1986, nas manhãs de domingo no Programa Silvio Santos tinha um segmento  que os quarentões devem se lembrar bem, pois o Domingo no Parque era uma rotina na arte de entretenimento infantil, antes mesmo de Xuxa inaugurar o desserviço matinal às crianças.
O quadro mais interessante do programa acontecia dentro de uma nave espacial bem tosca para os dias de hoje, com luzes vermelhas, onde a criança ficava lá dentro com um fone de ouvido sob a distração de vários sucessos da época em alto volume e Silvio Santos lá fora falava entre um corredor de objetos espalhados pelo palco onde alguns eram prêmios bem valiosos para as crianças como a tão sonhada bicicleta e outros “prêmios” como dentaduras e penicos.
O apresentador pegava um bom premio e dizia: -Você quer uma bicicleta? E a criança gritava um sonoro: -Siiiiiiiiiiiim. Para logo em seguida o apresentador  dizer: - Você Troca por um penico? –Siiiiiiiiiiim. E após uma serie de ofertas e troca-troca depois e muitos sins e nãos, a criança saia do foguete com uma dentadura ou um apito.
Depois de 11 meses e meio de governo PSB, de muitas coisas que parecem discrepantes demais para ser verdade, de ações que beiram o absurdo de tal maneira, que as vezes chegamos a achar que os opositores políticos tem razão em suas críticas, mesmo que elas as vezes pareçam absurdas, muitas vezes o absurdo é real.
Dentre o caos que o Estado foi entregue e o caos que ainda permanece, não sabemos se Pedro Paulo e Waldez ou o próprio Camilo são os principais personagens desse drama social sério ou parte do drama em si. Mas o certo é que o que já passou não tem mais retorno, somente terá que vir a solução. Mas o que está passando agora tem grandes chances de ser resolvido. Camilo tem uma grande responsabilidade como governador, mas parece não ver o óbvio: As coisas vão mal, talvez o excesso de flores estejam obstruindo a visão do governador.
Os escândalos não são tão graves ainda, pois ninguém foi preso (ainda), mas deve faltar pouco. O caos da saúde, o semi-caos educacional, os fornecedores com suas notas de empenho em aberto, as aditivações de isenção em casos que mostram o despreparo técnico, o super fácil como cabide a céu aberto de empregos para acalmar a base de apoio, os gastos exorbitantes da cultura onde não houve cultura, uma expo-feira capenga, um carnaval inexistente, obras que não foram começadas, mas laureadas como próprias; da incompetência do quadro de secretários em assumidamente resolver problemas mas bons em dar carteiradas.
De um desgoverno onde não mais sutilmente suspeita-se que o governador não é realmente o governador, mas que muitas mãos movem as cordas e movem o títere para que pareça apresentável e isso parece cada vez mais se consolidar no anedotário popular.
O governo Camilo tem sido quase como uma proposição de concurso público, onde uma ação errada invalida uma correta, e por ora mais tem sido as proposições incorretas do que as corretas, por lógica então há déficit de ações positivas do governo.
Nunca antes na história deste estado (sem parodiar Lula) sem falou tão mal de um governo e com tanta razão, afinal a indignação está todos os dias quando se visita hospitais, quando se vê os que se aproveitam da posição pública para se locupletar,  para os que se empanturram como se a ultima refeição fosse incerta e a mais farta. Babam-se como crianças em idade tenra, sem nenhum pingo de juízo, sem noção da cadeia de afetabilidade que gerenciam. Que suas ações não são isoladas; refletem diretamente ao bem comum.
O Amapá tem tido seus momentos “Domingo no Parque”. Afinal dentre um pátio de muitas escolhas, acabamos escolhendo sob a mente anuviada pela musica alta; uma dentadura ou um penico, ainda não sei. Mas com certeza a tão sonhada bicicleta não foi.


Mas dissemos siiiiiiiiiiiiiiiiiim a isso...

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