sábado, 17 de dezembro de 2011

Um dia a gente aprende

Roberto Marinho, monoglota, “Doutor” sem curso superior, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras embora jamais tenha escrito um único livro! Até aí nada! Uma Casa que alberga gente como o general Rubem Ludwig (lembram dele? Aquele “Ministro da Educação” da Ditadura que ficou famoso por dizer: “Índio não tem cultura!” outro monoglota sem trabalho escrito algum...), o cirurgião plástico Ivo Pitangui, o bruxo Paulo Coelho entre outros, aceita qualquer coisa mesmo... Provavelmente escreve aí para não esquecer, Fernando Henrique Cardoso, também apoiado pelo “Doutor Roberto”, venha a ser o próximo “Imortal”. Ele ou o Collor, duas “crias” da Rede Globo...
A tradição da Rede tem sido a de esconder a História ou providenciar versões convenientes aos donos do poder. Tudo que se sabe por ouvir dizer é a expressão da verdade, que ainda espera a oportunidade de aparecer. Quando o presidente Juscelino Kubitschek morreu, a Rede Globo não mostrou a multidão emocionada que o levou, a pé, do Russell ao Santos Dumont.
O cantor e compositor que juntamente com Milton Nascimento, Gilberto Gil e outros eram segregados e proibidos pelo “Doutor Roberto” de sequer serem mencionados como pessoas vivas na TV, Chico Buarque comentou: “Era televisão e futebol. Construíram estádios e essa rede impressionante de telecomunicações por todo o Brasil, e ao mesmo tempo uma degradação crescente em termos de educação e saúde. Tudo isso foi descuidado”. Mais: “Ele tem o poder, veja bem, de impedir que um artista apareça, ou seja, sequer mencionado em outros meios de comunicação!” Ao concluir, uma denúncia: “Hoje em dia existe um tipo de censura econômica muito importante. Por exemplo: um artista que queira cantar num dos vários programas de variedades, pois não há programas musicais, ele ou a sua gravadora tem que pagar à TV Globo para poder aparecer. Ou seja, os profissionais de música pagam a TV Globo para trabalhar para ela...”
A Rede Globo de Telealianação e o “Doutor Roberto”; nunca entendi direito os motivos que levavam as pessoas a chamar um jornalista que sequer tinha curso superior de “Doutor”, por sinal... foi um dos mais bravos bastiões de defesa da Ditadura Militar e a Censura Interna das “Organizações Globo” por muitas vezes era ainda mais drástica que a Censura da Ditadura Militar. Mentem os que dizem que o “Doutor Roberto” protegia os jornalistas de esquerda que trabalhavam com ele, muitos foram conduzidos ao DOPS, ao DOI-CODI e a outros órgãos de repressão, tortura e morte por ordem do próprio, sem mencionar que uma espécie de “atestado ideológico” era conditio sine qua non para trabalhar na Globo... 
Durante as duas décadas da ditadura militar no Brasil, Roberto Marinho ficou riquíssimo e era talvez o civil mais poderoso do país. Com o fim do regime militar seu domínio cresceu ainda mais, além de qualquer regulamentação ou controle. Perguntado por um potentado árabe por que não se candidatava à presidência da república do Brasil respondeu laconicamente: “para quê?” Se sempre foi ele que fez e desfez presidentes, desde a Ditadura Militar até o Lula, por sinal, para que se meteria em política se podia controlar tudo pelos bastidores?
Roberto Marinho era um dos poucos biliardários brasileiros com negócios em todas as áreas econômicas. Foi odiado no mundo, mas temido no Brasil, pelo fato de controlar milhões de brasileiros através do vício televisivo alienante, encontra neste instante em que finalmente presta contas ao Criador, uma rara unanimidade.
Seu legado agora agoniza, suas crias envelhecem e abrem seus baús com todas as mazelas de uma época onde o poder se concentrava na propaganda, como Joseph Goebbels que espalhava as mentiras centenas de vezes até que se tornassem verdades absolutas.

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