quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tolos encantados


Sathyanarayana, mais tarde popularizado como Sai Baba, fez em 1944 a sua primeira viagem como "sábio" à região de Bangalore. Desde este momento começou a vestir a túnica que inicialmente foi cinza claro, depois branco e finalmente cor de açafrão. Segundo os devotos, a missão de Sai Baba não incluía a criação de uma nova religião, seita ou culto, o qual motivou que pessoas de diferentes religiões se aproximem dele, ainda que ao final deixem sua própria religião.

Sai Baba tornou-se famoso por suas curas suspeitas, pela suposta materialização de uma variedade de substâncias que distribui entre seu público (incluindo comidas quentes e líquidos), por sua suposta faculdade de bilocação, teletransporte, levitação e precognição e por seus fenômenos luminosos.

Foi objeto de limitados estudos por parte dos investigadores psíquicos do Ocidente, que não puderam provar a validade de suas proezas paranormais. Rapidamente, Sai Baba atraiu seguidores assombrados com seus milagres e cativados por sua personalidade ainda que muitos o criticassem e o rejeitassem. Sai Baba negou-se a se submeter a experiências controladas a fim de verificar suas faculdades psíquicas tornando desta maneira impossível a obtenção de provas irrefutáveis.

Até que suas máscaras começaram a cair após sucessões de escândalos envolvendo fraude e até pedofilia. Um ex-devoto através de uma carta disse: "Quero compartilhar com todos, as várias observações que pude fazer sobre a operação Sai Baba durante meus anos como membro do corpo de inteligência e segurança do Ashram.

Primeiro quero lhes contar o que sei de fato. Sai Baba é uma tremenda fraude e tem muita gente ajudando-o em diferentes níveis. A maioria da ajuda mais séria e a assistência mais ativa procede de um círculo e não mais que seis ou dez indivíduos, quase todos indianos, que estiveram com Sai Baba por décadas. É precisamente este grupo, o que tem um controle total dos fundos e que responde só e diretamente a Sai Baba".

Mais adiante revela que há um segundo nível de pessoas, provavelmente um número entre doze e vinte, isto inclui a alguns estrangeiros e que respondem algumas vezes diretamente a Baba, mas regularmente têm que ir através do círculo mais próximo. Estes não controlam os fideicomissos, mas têm um acesso limitado a alguns dos fundos segundo lhes permite Sai Baba e seu círculo mais íntimo.

Segundo o relato, algumas das funções do segundo grupo é apoiar a base do primeiro grupo mantendo o mito de Sai Baba "vivo" no estrangeiro, promovendo atividades entre os devotos estrangeiros, organizando sutilmente as doações de grandes quantidades de dinheiro e o mais importante de tudo, promovendo o espetáculo dos "milagres", tanto entre os devotos nacionais como entre os estrangeiros. 

Os círculo mais íntimo e mais próximo a Sai Baba são regularmente membros do fideicomisso central de Sai Baba e muito raramente mudam. Este fideicomisso também inclui homens muito eminentes com altos postos, mas estas "figuras públicas" nunca recebam a autoridade para manejar os fundos, mas que estão para ser um enlace efetivo nas antessalas do poder e acrescentar uma aura de respeitabilidade à organização de Sai Baba.

A recompensa para estes executivos de mais baixo nível por sua "lealdade" é uma entrevista anual com Sai Baba concertada pelos membros do fideicomisso de segundo nível. A maioria destas pessoas não sabem a história de Sai Baba completa, alguns deles até acreditam que Sai Baba é "divino" e poderoso e atuam com crenças mal guiadas. Outros sabem exatamente o que está acontecendo e está somente cumprindo com seu papel para receber "promoções" como fariam em qualquer outro negócio. Estes são os que preparam todas as conferências.

Em 1988 um fervoroso seguidor de Sai Baba, estava totalmente absorto na áurea de Sai Baba. Convencido de que era um Avatar e se tornou tão devoto que pensava e contemplava somente a imagem de Baba. Mas o ex-devoto aponta que em 1993 começou há suspeitar um pouco devido ao estilo de vida de Sai Baba e as atividades no ashram.

Todos os anos via custosos edifícios novos uma crescente comercialização da divindade de Sai Baba. Em 1996 viu Baba saindo do ashram em um "Jaguar" e outros carros caros como um "Mercedes" e um "BMW" da linha mais cara". As desilusões fizeram com que  a imagem do Guru coberto de glória fosse aos poucos migrando para um mestre da decepção, como alguns ex-devotos passaram a denominá-lo.

Mestre na arte de criar seguidores devotos, e ao mesmo tempo misturar carisma com o poder do dinheiro, Sai Baba foi um ícone do ilusionismo, onde alguns eram capazes de morrer por ele sem ao menos telo visto pessoalmente, ou matar por ele sem se que te ouvido sua voz. A história é semelhante para quem conhece a rotina local. Um grupo que comanda o outro e faz tudo para que continue endeusando seu ídolo precioso e vantajoso, e a ele vão defender até que a ultima moeda seja arrancada, extorquida e pilhada.


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