domingo, 4 de março de 2012

Juiz bom é juiz sem toga

Minha avó teve paralisia nas pernas após um dos muitos avc’s que teve antes de ir para o andar de cima. Mas de uma das coisas que mais me recordo é de quando íamos à casa dela para os almoços dos fins de semana, sempre que estávamos de traquinagens a velha senhora dizia de sua cadeira de rodas: “Eu vou aí pra dar uma coça de vara verde em vocês!”

Por saber que nunca, em milagre, minha avó iria levantar-se dali com uma vara de cuieira nas mãos com a ânsia de corrigir uma meia dúzia de moleques travessos, fazíamos certo escárnio e dizíamos: “A vovó não me pega!”. Isso pode até parecer crueldade, mas criança tem dessas coisas. Não temer o que não pode alcança-la é uma delas, afinal o medo só existe do que é fato e realidade.

Sendo assim penso que o magistrado paraense Amílcar Guimarães, não faz escárnio do jornalista Lúcio Flávio Pinto, condenado por ele a indenizar um grileiro póstumo. Mas sim o escárnio com a sociedade em geral, que lhe paga o salário e acredita em justiça imparcial e seriamente justa. O que daqui pra frente, após os inúmeros avisos e declarações da ministra Eliana Calmon parece cada vez mais claro: O judiciário precisa de creolina para desinfetar os inúmeros carrapatos e sarnas que lhe infestam.

Mas muito mais me espanta é que o juiz que se despe da toga e acredita se despir da moralidade também ao adentrar em um site de relacionamento como o meritíssimo, que na sua ânsia de provar que tem dois testículos empapuçados de testosterona em uma disputa mesquinha contra Lucio Flávio, tenha que nos atirar às faces a nossa impotência em punir qualquer ato indisciplinado dentro do poder judiciário que assim como as negras togas, se lacra em segredos muitas vezes imitando a cor das mesmas.

Declarar todas as ofensas ao jornalista, não me repulsa nenhum pouco, afinal jornalista de uns tempos de outrora até os de hoje, ouve os mesmos “elogios” de prostibulo desde que o mundo é mundo. Mas ao afirmar que se Lúcio Flavio fizesse uma queixa no CNJ, ele realizaria sua vontade de se aposentar, nos mostra o quanto os níveis de correição das corregedorias é nulo, no quesito punição exemplar. Errou, aposenta! Parece até uma tirada de politico caricata, mas enfim é uma realidade sustentar um pústula desses até a morte com salário integral. Isso é punir?

Ministros, desembargadores e juízes se contorcem com as declarações de Eliana, vomitam pragas e maldições, mas no fim de tudo, mesmo que fiquem comprovadas as estatísticas da ministra quanto a quantidade de bandidos togados, nada mais me assusta é que as estatísticas do INSS tenha que se apertar mais ainda o cinto do déficit previdenciário para dar mais aposentadorias aos tais senhores da moralidade que para igualar, falta apenas passar uma listra branca nas togas e assim estão prontos para o ambiente do qual merecem, áreas gradeadas em 3x3.

Ainda tenho fé que os três poderes podem e devem constitucionalmente administrar os rumos da administração pública. Temos que acreditar nisso, afinal lutamos e derramamos muito sangue e suor para que estes direitos pudessem existir. Mas não para que uma dúzia ou uma milha de parasitas façam com que tudo isso escorra pelo ralo, levando as ultimas esperanças de um povo já tão desiludido com a administração pública e com a corrupção dos três poderes.

Uma coisa é certa: Minha avó não podia correr atrás da gente por esta desprovida de pernas úteis para isso, mas minha mãe... Ah essa tinha pernas para uma maratona, e quando pegava um, sai da frente por que ninguém evitava o corretivo e este pedia unguento depois para colocar em cima das marcas que não pareciam nem um pouco com a benevolente aposentadoria com vencimentos integrais...

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