terça-feira, 6 de março de 2012

O banco da amizade

Quando o assunto é banco estadual o campeão do folclore ainda é o Banespa de Orestes Quércia, de onde dizem as más línguas de bastidores, teria saído a pérola:  “Quebrei o Banespa, mas elegi meu sucessor”. E realmente elegeu; Luís Fernando Fleury filho.

O Amapá também tem suas anedotas de bastidores, como a frase do ex-governador e atualmente senador João Capiberibe, que disse que se quisesse elegia até um poste! Eis que surgiu o ex-prefeito João 40, depois João 13 e atualmente João dois patinhos 22. Como prefeito de Macapá por dois mandatos.

Mas quando se fala em dança de cadeiras ou de bancos como se preferir, não se tem como não focar nas anedotas antigas, quanto às novas, e a pretensão do PC do B entregar os cargos na PMM ao anunciar candidatura própria à prefeitura da capital e não renunciar as mesmas concessões de GEA. Vale lembrar que até alguns anos o deputado Federal Evandro Milhomem andou de borduna nas mãos apontando para a deputada Federal Janete Capiberibe, quando lhe enfiou esôfago adentro a máxima de que quando se fala de corrupção, não se poderia deixar de fora o lendário Antenor Ferrari que ajudou a desviar milhões da secretaria de saúde, e até hoje ninguém sabe, ninguém viu. E que João Capiberibe governava o Estado nessa passagem relâmpago de 42 dias e muitos zeros a mais na conta do estancieiro da fronteira e suas piscinas térmicas.

Claro que bravatas anedotárias são muitas até mesmo por que Evandro Milhomem herdou de pronto uma secretária recém-criada, de onde tratou logo de aboletar seu irmão João Milhomem que quase tornou o cargo vitalício por mandatos seguintes. E que também o mesmo Evandro se beneficiou da saída de Janete na época da perda do mandato pelos ditos R$ 26,00 à prestação. Pois herdou a vaga. É óbvio que o caso de amor antigo entre comunistas e socialistas não se acabou com a dissolução dos sonhadores sovietes e nem com a queda do muro de Berlim.

Mas é claro que na dança dos bancos, o anedotário se enriquece mais ainda quando nos lembramos do finado, morto e falecido BANAP em 1997 que a mando de Gustavo Loyola que presidia o Banco Central na época em que João Capiberibe governava o Estado foi liquidado por meros R$ 11 milhões de débito, que poderia ter sido quitado com os R$ 15 milhões que Antenor Ferrari ajudou a desviar medonhamente em menos de dois meses.

A fraude no BANAP é até infantil perto da audácia de seus gestores: Lenir Messias, Ricardo Saad e companhia, que foram indiciados na denuncia do procurador da República no Amapá; José Cardoso Lopes. Pela fraude inconclusa de tentar derramar certificados de custódia de títulos de propriedade de terras rurais privadas na Amazônia no valor de R$ 6 bilhões sem qualquer lastro financeiro para tal operação. Quase um cinematográfico golpe. Que deixaria o banco com uma dívida superior ao seu patrimônio, obrigando futuramente o Estado a assumir o rombo.

João Capiberibe afirma até hoje que descobriu a fraude e avisou o Banco Central, mas Gustavo Loyola afirma que o Banco Central descobriu a fraude que iria ser finalizada nos Estados Unidos no Federal Reserve Bank onde o banco derramaria os títulos sem cobertura. O que deixa no ar é que embora 15 anos tenham se passado, ainda se faça vista grossa e ouvidos de mercador para esta peças que compõem o vasto anedotário amapaense, que cada vez mais se arraiga em uma tradição duvidosa de gestores que sabe-se lá de onde, conseguem não ter visão nenhuma, mesmo diante de casos tão anômalos. Que continuam sentados no banco da amizade...

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