segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fênix, Il nome suo nessun saprá!...

A caminhada após mais de um ano se aproxima da tranquilidade. Imensamente não contemplo mais grandes ambições mortais, não que tenha me tornado imortal ou por que tenha desejos de morte ou sei lá o que passa na cabeça mundana do mundo e a na minha. Apesar de saber que sou mundano.

Passei um bom tempo sem postar, pois as ocupações de um mundo dinâmico sempre me retiram a atenção, e isso me tira de qualquer outra forma de lampejo ocupacional, apenas me concentro, vivo e faço acontecer.

Minha última aventura foi no mínimo mais humana do que os frios números pelos quais fui finalmente derrotado. Aprendi que não se deve mudar a natureza humana dos fatos e não se deve tentar resolver todos os problemas do mundo antes que os nossos estejam resolvidos. Mas no fundo me confesso um grande apaixonado pela vida. Embora os seres humanos continuem frívolos e temerosos de que seu mundinho seja modificado pelas mãos de alguém que tem uma estrela mais ofuscante.

Salvo em alguns casos, quando deveria ter sepultado velhos esqueletos que ainda vagam insones pelo mundo e de vez enquando me assombram o sono, tudo tem estado mais tranquilo. Tentar modificar as coisas nas vidas dos outros é uma tarefa meio divina demais para este mero caminhante que vos escreve, mas no fundo, quando fazemos isso e vislumbramos o poder que isso nos faz ter ao mudar uma vida, ao mudar um toque, ao trazer uma alma para o caminho, se é o certo não sei, mas acho que seja.

Ainda ontem o amor de minha vida me disse ao pé do ouvido durante a missa: "Se eu resolvesse seguir o caminho de Deus e para isso tivesse que abrir mão de você, o que voce faria?"

Respondi da maneira mais sensata e menos egoista possível: "Eu aceitaria com a maior honra da minha vida que voce seguisse a Deus pelo seu coração, da forma com Ele te chamar."

Hoje não vomito pragas nem queimo carros nem despejo ANFO em tanques de combustível. Não mais me sinto preparado para levar ao ares o que não me agrada, nem que seja em pensamento de ações vingativas. Afinal, quando se tem um objetivo, as outras coisas circundantes, como a vaidade humana por exemplo, não tem nenhum efeito sobre nada.

Hoje só tenho um grande pesar; o de saber que a vaidade que um dia tive e o apego monumental a uma vida obsequiosa e opulenta, me fazia ser igual a gente que hoje desprezo pela pequinês de seus atos e a diminuta capacidade de ver que as coisas não são só aqui.

É um grande sacrificio, abrir mão do que se ama em prol da felicidade do outro lado. Enfim acho que minha longa jornada está quase chegando ao seu objetivo, não diria ao fim, pois o fim só vem com a morte e isso nem chega a ser o fim mesmo. Mas quando se chega ao patamar em que todas as coisas da vida perdem a grande importância perante o Hoje, o Agora e o Sempre; sinto-me cada vez mais próximo de um passo evolucionário de corpo e de mente, quase como se uma grande chama me fizesse arder em brasas e enfim me decompusesse em cinzas, para só agora então...

As penas vermelhas e douradas de uma fênix de bico negro, emergissem de um monte de pó emaranhado do que um dia fui: Um grande monte de cinzas.

*** contribuição - FOLHA PRESS

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