domingo, 27 de novembro de 2011

Passado - A divina revelação do inferno

As vezes temos a capacidade de sonhar com o futuro, com o passado ou até mesmo com o provável curso dos fatos. Me acostumei a sonhar com o presente. Afinal o passado não volta e mesmo que um dia uma máquina consiga ir ate ele, o que não acredito, talvez nada se possa mudar do que está consumado.
Nossas falhas, nosso erros, nossas faltas. Tudo isso esta sepulto no universo mais inacessível das ações, mesmo que consigamos lembrar do passado, ainda assim nada que conhecemos pode mudar sua essência, nada altera o curso. O barco segue.
Já o futuro, coisa que quase ninguém planeja ou prefere não se importar, pode ser alterado acada gesto ou toque, fazendo em si um passado digno de atos não frustrantes. É incrível a capacidade que temos em nos importar com o passado, indelével e inalterável em detrimento ao futuro alternativo, sem buscar na sorte a felicidade.
Desmanchamo-nos em delírios sobre as infinitas possibilidades do que poderia ter sido e não foi, ações que poderiam levar a outro desfecho e não aconteceram. Culpamo-nos pelo passado que não se refletiu como queríamos  mas em nenhum momento nos preocupamos com o futuro que poderia gerar este caos pois agimos como perdulários desmedidos e sem confiança no que virá.
Eis-me aqui um crente na teoria de que o passado se lamenta, mas que se pode sim mudá-lo. Quer seja com ações no presente, que reflitam diretamente em correções do passado de aprendizado, quer sejam ações visando o futuro, visando o conforto de espírito quando este em breve se tornar passado.
É preciso muita fé, para aguentar todos os desafios que um passado nos impõe, das tristezas que ele revela, das ações sórdidas que outros defenestraram contra nós e que gera um trauma do passado, um tanto pragmático, mas ainda muito útil.
Ao desfilar em minha vida no rol das decepções, aprendo cada vez mais com o passado, cada vez mais com o presente e cada vez mais a montar o futuro, para ter um passado mais digno, sem ser anacrônico em acreditar em mensagens tão obsoletas, creio que ainda estão nas lições mais antigas, os aprendizados mais eficientes.
Quer queira, quer não. Há de superar, há de se contornar e de se colocar para fora, o rancor, o ódio, a soberba que acompanha a indiferença e o pior, o orgulho que as alimenta. Cuidado apenas ao fazer isso, pois seu coração tem que estar preparado para a dor. Afinal corrigir o passado não se faz sem sentir dor. Planejar o futuro, sim, funciona como um perfeito analgésico para as dores do mundo...

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