Esta semana a Procuradora Geral de Justiça Ivana Cei tomou a iniciativa de solicitar a ALAP os documentos de prestação de contas da verba indenizatória da deputada estadual Cristina Almeida. A decisão partiu do princípio de que o imóvel onde a deputada mantém um escritório de suas atividades itinerantes teve seu valor superfaturado, pois segundo as informações, o referido imóvel que a deputada aluga pelo valor exorbitante de R$ 8.000,00 tem o valor anunciado para qualquer outro possível inquilino em R$ 1.000,00.
O imóvel em questão, um prédio estilo galeria comercial, com algumas salas inacabadas e dois pavimentos sendo servidos por um banheiro coletivo em cada andar, onde funcionam ong´s, salas comerciais, um salão de beleza e o escritório de contabilidade da proprietária e administradora do imóvel Maria do Socorro Almeida, a irmã da deputada.
O polêmico escritório em questão é composto por uma sala de 6,5 m2 conjugada com uma de 14 m2, sem banheiro ou qualquer outro adicional imobiliário que justifique a pompa do valor impresso no recibo. Água e energia, não são cobradas dos inquilinos, pois segundo informações da própria administradora aos possíveis locadores a CEA nunca instalou os medidores, por isso pode-se gastar a vontade, pois o erário e o contribuinte pagam a conta.
Para quem defende veementemente a transparência pregada pelo cacique do partido, o senador João Capiberibe, faz valer a máxima do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, pois se a nobre deputada afirma que 50 mil reais são mais do que suficientes ou até mesmo os 35 mil que o senador alardeia pelos veículos de comunicação por onde passa o contribuinte não consegue entender então o porquê da exorbitância do valor pago pela deputada à sua irmã em um imóvel que além de ser familiar; a sala é mantida desde os tempos da vereança de Cristina, onde com certeza a câmara dos vereadores não desembolsava uma verba indenizatória assim tão generosa para cobrir o tão vultoso valor.
Para se ter uma ideia da discrepância o m2 da sala locada pela deputada custa R$ 390,24, quanto que uma edificação de mercado padrão como uma sala comercial de 36 m2 na Avenida FAB, com vista panorâmica, banheiros internos, vaga na garagem, portaria, serviços de condomínio e conforto sai por R$ 55,55 o m2.
Além disso, espanta que a prestação de contas na ALAP seja feita com recibos manuais e não com notas fiscais como é a praxe nas prestações de contas da administração pública, sendo que se trata de locação de imóvel, e não de uma compra de balcão da taberna ao lado. E mesmo assim na prestação de contas de setembro/2011, um recibo saltitante de R$ 8000,00 aparece no calhamaço de notas que só para o referido mês contabilizaram R$ 50.016,24 com um pequeno estouro no orçamento defendido pela deputada.
Aforismos à parte nem vamos entrar no mérito do pedido da deputada Roseli Matos que se sentiu ofendida pelas afirmações da deputada em um programa de humor jocoso da rede bandeirantes, pois isso é circo, tanto quanto Bill Clinton e Fernando Henrique ao dizerem que queimaram um baseado, mas não tragaram.
Sendo assim fica a folga na moralidade defendida pelo governador em seu discurso de posse que sua meta e a de seus correligionários era cortar gastos e manter a transparência, inclusive conclamando os demais poderes a cumprir a Lei Complementar 131/2009, apelidada de Lei da transparência, essa tão apregoada por seu genitor, o senador João Capiberibe, que quer queira, quer não, parece não ter argumentos para justificar por que teve passagens pagas pelo gabinete do atual governador, quando este era deputado estadual, a não ser que nesta época a ALAP tivesse virado agencia de viagens para conceder tais mimos, já que o atual senador não tinha mandato e nem que tivesse, não se justificaria a boca livre no check in.
Quanto a estas situações embaraçosas, talvez o maravilhoso governo do PSB e seus militantes eufóricos tenham que se lembrar das tão eloquentes palavras de seu governador quando na sua posse discursou sobre esta mesma transparência:
“Mudança! Esse foi o recado das urnas em 31 de outubro de 2010. No momento em que o Amapá vive a mais grave crise de sua história recente, assumo o governo com a incumbência de promover a mudança. Sou hoje o governador mais jovem do país e aceito esse desafio com humildade e determinação. No momento em que tomo posse no mandato de governador do Estado quero reiterar os compromissos assumidos por mim durante a campanha eleitoral.”
Talvez esta mudança, ou sabe-se lá qual a concepção deles do que seja mudança, seja justamente a que os fazem emudecer quando são acuados com as mesmas calças curtas que levaram seus adversários a frequentarem as instituições carcerárias federais em 2010.
Charles....taí um tema pra vc se debruçar, faça uma análise sobre o desenvolvimento no Amapá, nos governos de João Capiberibe e Waldez Góes, levando em consideração o crescimento da economia nos eixos: comércio e infraestrura básica.
ResponderExcluirUm abraço e obrigados pelos textos inteligentes, precisamos de pessoas como vc no Amapá.