quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O que é TEU nem sempre é NOSSO


Esta semana surgiu uma dúvida entre uma comissão que foi instalada para estudar o futuro do porto de Santana. De quanto seria o “TEU” futuro do porto e a tonelagem de grãos a ser trafegada após a reestruturação do porto.
TEU é a unidade correspondente a um contêiner de 20 pés. Ela é usada para identificar a capacidade de transporte navios ou a capacidade de um terminal portuário, normalmente informado em milhares de TEUs. O porto do Açu no rote carioca, terá além de quatro berços de atracação para contêineres, seis braços de atracação para navios graneleiros, produtos siderúrgicos, carga geral e embarcações de apoio a atividades offshore.
O Porto do Açu terá capacidade para receber navios de grande porte, gerando redução do custo do frete com importações e exportações, inclusive no caso do etanol. Em função do calado com profundidade de 18,5 metros, o complexo portuário do Açu permitirá a atracação de navios de grandes capacidades (capesize) com capacidade de até 230 mil toneladas e ainda dos chamados superconteineiros com capacidade de até 11 mil TEUs.
Hoje são poucos portos no Brasil em condições de receber estes grandes navios com capacidades superiores a 7 mil TEUs. Os armadores que atuam no transporte marítimo nas rotas entre Ásia, Europa e América têm expectativas em trazer para o Brasil navios cada vez maiores. Para isso eles necessitam instalar por aqui o que chamam de “hub ports” que são os portos concentradores de carga para posterior distribuição.
A existência de hub ports não é apenas uma possibilidade, como uma grande saída para o problema da cabotagem no Brasil que tem desequilíbrio em transporte de idas e vindas à direção sul para o norte e vice-versa.
Conceitualmente hub port ou porto de transbordo é um porto concentrador de cargas e de linhas de navegação. O termo decorre das estratégias de aumentar o tamanho dos navios, concentrar rotas e reduzir o número de escalas adotadas pelas principais companhias marítimas.
Os navios de grande capacidade reduzem sensivelmente o preço dos fretes, que explicam como os chineses conseguem colocar, mundo afora, os seus produtos a preços altamente competitivos, não apenas pelos baixos custos de produção, mas também de transportes. Há expectativas de que o Complexo do Açu seja um hub port, o que aumentaria ainda mais a sua importância econômica.
Os portos em funcionamento atualmente no país estão, de forma agressiva, buscando recursos para dragagem de olho no aumento de seus calados para não perderem competitividade. Como a maioria dos portos são estatais, eles estão buscando e obtendo recursos do PAC do governo federal, que dependem ainda das respectivas licenças ambientais.
Ainda assim, a concorrência não será fácil para eles, pois os novos portos como do Açu, têm custos mais baixos de manutenção, por não necessitarem destas dragagens. Além disso, no caso do Açu ele possui ainda mais flexibilidade e possibilidades devidos às suas grandes áreas de expansão.
O Porto de Santana tem similaridades com o porto de Açu, sendo ainda um porto jovem, já que data da década de 80 e apresenta um calado satisfatório, assemelhando-se aos dos grandes portos brasileiros. O que resta saber é quanto do território amapaense será destinado ao cultivo de soja, de maneira sustentável e na intenção de manter o Amapá como estado de maior preservação de floresta.
Erros como o da Cargill em Santarém, só são benefícios, quando trazem desenvolvimento ao Estado e não apenas o usam como rota de escoamento. Terras o Amapá tem, falta apenas dar o passo inicial para uma exploração consciente do potencial graneleiro do Estado, que a princípio deve apenas escoar a produção do Centro-Oeste Brasileiro.

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