domingo, 13 de novembro de 2011

O povo cala e se da mais corda


Cada vez mais sinto que a sociedade civil organizada tem um débito de responsabilidade com os usuários de transporte coletivo na região metropolitana de Macapá. Afinal vemos a mesma sociedade participando de audiências públicas, questionando os fatores positivos e negativos de vários projetos em curso, sejam eles em discursão na Assembleia Legislativa ou do próprio Governo do Estado.
Mas sua omissão sobre o desenfreado curso do aumento de tarifa do transporte coletivo nos faz pensar que só se faz celeuma onde há vantagem, mas pergunto: Não há polêmica em pagar caro por uma prestação de serviços de uma concessão pública, ruim, mal aparelhada, sem segurança, conforto ou funcionalidade?
A população parece que já se conscientizou que o poder municipal está ausente e inócua, pelo jeito não deve mais dar o ar da sua graça na decisão final de vetar tais abusos, deixando nas mãos da justiça o poder de decidir sobre os custos onerosos das tarifas que consomem quase 27% da receita doméstica do usuário com um filho na idade escolar, quase um financiamento.
É de se estranhar que a decisão sobre as despesas do cidadão sejam dadas por quem anda de carro oficial e nem precisa acordar cedo para chegar ao trabalho, ou muito menos criar bolor nas paradas de ônibus, que na maioria nem se quer existem, a não ser quando é lembrada pelo indicio de dois ou mais passageiros a esperar o coletivo.
No entanto as ações de combate aos clandestinos, como motos e carros de passeio que seguem o curso do crescimento urbano mal servido pelo poder público no que tange ao transporte coletivo, evidencia de que a natureza tem que seguir seu curso urbano. Afinal de que adianta seguir as regras de somente preferir transporte legalizado se este não serve ao benefício, mas sim a um prejuízo ao cidadão.
Belém relutou muito antes de abrir sua concessão de coletivos aos alternativos, mas não teve outra opção, pois o crescimento populacional e a demanda superaram em muito a capacidade das empresas de suprir o serviço. Hoje a situação continua grave no que diz respeito ao transporte coletivo, um inferno de vans e micro-ônibus tentam, mas ainda assim provem um serviço deficiente.
Macapá ainda não esta no caos do transito, mas a sua população ainda se preocupa com comezinhas, como quando a CAESA resolveu fazer a interligação de suas adutoras norte-sul, parando o transito na entrada da zona norte. A chuva de reclamações de usuários de veículos particulares era até absurda perante o fato de que um serviço de maior importância que o desconforto de um engarrafamento, que beneficia a coletividade estava sendo tratado como se fosse um desrespeito ao cidadão.
Mas quanto ao fato das tarifas, nenhum grito, nenhuma marcha ou caminhada, se quer um pio da população, ou engajo de algum politico oportunista em vias de eleições municipais a se aproximar. Nada a reclamar...
R$ 2,30, este é o valor atual e continua a esvaziar as poucas economias do cidadão que depende do serviço. Nenhum  questionamento foi feito e mais uma vez será aceito como verdade absoluta de que a população parece estar vivendo em um reino mágico onde tudo e crível e aceitável pois na perfeição está. Vamos ver quando a corda dos bonecos exaurir toda sua cinética para saber onde isso vai dar...

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