sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Crítica Literária: "Pétalas sobre Macapá" - Amiraldo Bezerra

Cumprindo nossa agenda da semana, no quadro crítica literária, que no ensejo coincide com o aniversário da capital mais charmosa e pitoresca, a bucólica Macapá, que deixa seus ares de menina moça para trás e começa a enrijecer seus seios de botão da Amazônia para despontar nos próximos anos como um expoente exemplo de superação das fases de onde já foi a provinciana capital do Território Federal, plana e tranquila. Para evoluir e receber cada vez mais filhos dos quais amamenta como se de seu ventre fossem paridos.

Esta é a Macapá que o poeta e contista Amiraldo Bezerra, descreve em sua mais nova obra; Pétalas sobre Macapá, que foi lançado na véspera do aniversário da cidade que acontece hoje com vasta programação comemorativa.

Dedicado à Macapá dos “tempos do Braga” Pétalas sobre Macapá é uma homenagem do autor ao lugar onde nasceu e viveu e vive as importantes fases da sua vida, quase como um conjunto de reminiscências percorridas pelo tempo e os fatos da Capital Tucujú.

Navegando no contexto do cotidiano macapaense, Amiraldo de maneira poética relata fatos acontecidos e a relação entre figuras amapaenses e dos muitos imigrantes que aportaram e de Macapá nunca mais partiram, ajudando a construir a sua história e seus costumes modernos, assim como sua influencia  os vários segmentos da sociedade, politica e construção do seu patrimônio populacional e cultural.

Com um prefácio caprichoso de Assis de Almeida que também assina a edição da obra, que destaca que ao escrever Pétalas sobre Macapá, Amiraldo Bezerra se reporta a dois passados que se encontram nos versos livres dos poemas que compõem a sua obra.

Por ter vivido de forma plena os momentos de cada etapa de sua vida ao escrever Pétalas sobre Macapá, o Amiraldo refaz os caminhos até chegar a sua infância, na então bem jovem Macapá. Como se um portal se abrisse e fosse possível contemplar por uma estreita fresta o Amiraldo menino ao lado de oito irmãos.

O passado afetivo visita o passado cronológico. E é essa tônica que perpassa os poemas. É a afetividade que conduz as palavras, mas é a coerência que descreve os fatos. É neste passado que o autor se depara com personagens que parecem extraídos da literatura universal, como os Zagury, vindos do Oriente e em Macapá fizeram história e deram notoriedade a Macapá.

Macapá que espelha a caridade pelo testemunho de vida de Marcelo Candia, que segundo os passos do Messias, largou projetos, abriu mão de sua fortuna para olhar e cuidas dos esquecidos, dos excluídos e dos leprosos.

As pétalas que Amiraldo joga em Macapá são a saudade, mas também a alegria pela farta colheita que a literatura oferece nessa seara tão conturbada onde o papel parece não perder espaço para as telas de tablets ou outros instrumentos que nunca substituirão a poesia do farfalhar das páginas que reproduzem com a tessitura da vida plena.

Poesia e história sempre valem a pena conferir

Pétalas sobre Macapá
Amiraldo Bezerra
Lançamento no Espaço Cultural Raízes do Amapá (Ceará da Cuíca), com noite de autógrafos.

Cortesia de imagens www.portaretrato.blogspot.com

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