Cada
vez que ouço alguém se expressar contra os profissionais da imprensa com todos
os adjetivos mais pejorativos possíveis acompanhados por frase chapadas como
“fez por merecer” ou “está recebendo algo para escrever isso”, vem aquele
aperto no pomo de Adão só de pensar no mau juízo que fazem da mídia na politica
do “por um pagam todos”.
Ora,
ainda existe espaço para o jornalismo sério no Brasil, não aquele do “mela,
mela”, que se resume a simplesmente macular a imagem ou o caráter de um ou
outro para simplesmente tascar a pecha disso ou daquilo e toda a sorte de despautérios
a fim de amealhar um trocadinho, ou na linguagem do meio “um jabazinho”.
Mas,
antes de qualquer coisa, deve-se respeitar a antiguidade dos cronistas sérios,
afinal a arte de relatar a humanidade é bem mais velha do que os doutos
senhores da lei, pois o homem já retratava sua vida cotidiana nas paredes de
cavernas em pinturas rupestres, simplesmente pelo motivo de preservar o fato
como registro de sua própria humanidade.
Esses
críticos insanos devem mais é curvar-se ante um busto de Ésquilo que retratava a
vida em seus textos e com isso, comparar o quão é longevo é o oficio do
cronista. Pois desse ventre nasceu o
jornalista moderno; não sem antes pregar sua máxima de retratar o mundo como se
vê e eivado de caracteres que possam passar esta impressão ao leitor seja ele
contemporâneo ou membro da posteridade.
O
desrespeito com que a profissão tem sido tratada é quase como um comparativo ao
meretrício, se é que não fui muito longe ao fazer tal baliza, mas é como alguns
descrevem os profissionais que todos os dias saem de suas casas para enfrentar um
universo de noticias, muitas delas apócrifas, ou sem nenhum valor moral e nem
contexto útil ao conhecimento da sociedade. E mesmo assim sobreviverem ao fim
da jornada, quando a ultima rotativa começa a dar sinal de que a missão está
cumprida.
Ora
pois, a maioria ainda tem que se esgueirar em um universo virtual recheado dos
ávidos blogueiros e pseudos que fazem de uma gota um oceano para afogar
desafetos e por isso receber como um mercenário e não um cronista. Como os antigos
tabloides faziam com que fatos corriqueiros da vida social vitoriana se
tornassem manchete de capa, assim como tabloides iguais ao The Mirror que ainda
ganham o pão desta forma até hoje.
Para
os críticos, principalmente aqueles se sentiram prejudicados por não terem sido
retratados a contento, um aviso: o universo das noticias não se reserva ao
direito de guardar os fatos mais capciosos da vida pública ‘em uma redoma de
falsa moral’, se você não concorda com um ponto de vista informado, discorde,
esse é um direito que assiste ao mundo livre e democrático.
Mas
daí a levantar a voz e a espezinhar em cima do indivíduo e não do fato, isso
sim é uma demonstração de o quanto se é obtuso à vida em sociedade. Os jornalistas
profissionais sim, vão sempre zelar pelo privado desde que esse não interfira
no público, mas com certeza o público é publicável e por mais que se queira ou
que doa, ou que magoe; uma coisa a imprensa nunca chegará a ser: Inerte! Como
certos poderes que se julgam acima do bem e do mal, mas que no fim de tudo,
ainda mantém a síndrome de ‘sepulcro caiado’ bem viva em suas mentes, em seus
corações e em seu estilo de vida contraditório.
Pois
bem digo, respeitem os cabelos brancos da imprensa! Afinal se você se sentiu atingido
é por que em algum momento de sua vida você foi retratado pelos seus méritos ou
faltas desde que sejam de interesse público.
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