quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tariq e a arte de fumum vendit

Tariq Yussef é o personagem principal do romance pouco difundido da literatura árabe, do não tão famoso Al Hachid Al Harum, Califa da IV dinastia de Bagdá. O monarca, ao contrário de sua contemporânea Sherazade e as mil e uma noites, escreveu um único romance que chegou até nós através de Howard L. Pttersen que o adaptou em um livro chamado “O Físico”.

Li “O Físico” há uns cinco anos, um livro de umas novecentas páginas, o qual me fez relê-lo algum tempo depois mesmo que o autor tenha transformando o jovem Tariq mulçumano em um jovem bretão protestante, mas relatando as mesmas experiências para se tornar um grande curandeiro, cruzando a Europa rumo ao oriente enfrentando vários perigos junto ao seu tutor para se tornar um médico.

Lá ele conhece Avissena, o grande, senão o maior médico do oriente que se dispunha a ensinar apenas os seguidores de Alá ou em alguns casos os crentes de Elohim. A história se desenrola em um grande novelo de venturas e desventuras de Tariq (ou Petter) terminando ao fim por se tornar o grande médico, ao descobrir que a apendicite, um mal (o mal do lado esquerdo) que matava indiscriminadamente pelo mundo medieval afora. Podia ser tratada sem levar ao final trágico.

O original em árabe ou a releitura em inglês, é que no fim de tudo o jovem Tariq (ou Petter) se tornou aquilo que ele sempre almejou um “fumum vendit” ou do latim arcaico “vendedor de “fumaça”.

Eufemismo para um vendedor de sonhos, ou seja, vender a expectativa de ser saudável através da medicina. Tariq encontrou seu caminho e por fim chegou a ser o que queria com base em muito esforço, aprendizado e fé.

Hoje vejo de maneira não tão sólida a arte de ser o que se quer ser, de encontrar a famosa luz no fim dom túnel, a pedra filosofal o Manah dos deuses a salvação dos cristãos. Ou simplesmente o ato de ser feliz encontrando o objetivo da vida. Na maioria das vezes as pessoas contribuem para este infortúnio com ações sombrias e sem explicações do reino da lógica.

Tariq ao final de tudo encontra seu destino, sua busca, seu objetivo, Oxalá todos nós tivéssemos esta oportunidade. Sorte esta não compartilhada pelo seu autor original, Afinal Al Hachid foi destronado pelo genro e morreu nas masmorras frias de Bagdá. Triste destino para quem sonhou buscar a felicidade e não encontrou nada a não ser fumaça.

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