quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Impaludismo na Saúde

Não gosto mais de criticar a saúde pública, nem tenho mais autoridade para isso, desisti das ciências médicas há muito tempo quando, como um homem sem fé desiste dos seus dogmas.

Mas fico pasmo em ver que o tema tem sido ignorado constantemente não só pela mídia que timidamente faz uma denuncia aqui ou acolá, mas não investiga a fundo um tema que às vezes é parecido com obras de saneamento; além de incomodo não dá ibope.

Afinal quem quer falar de saúde pública? Se a parte da sociedade que pode fazer algo a respeito, não depende dela. Se políticos, juízes, procuradores, alto clero da imprensa não são vistos nas filas de postos de saúde, por que então teriam interesse direto no tema? Até seria interessante ver Dilma, Sarney, Peluso e Boechat em um afila para se consultar. Mas improvável.

É claro que não podemos apelar a radicalismos que às vezes ouço de alguns revoltados nas filas do sistema de saúde. A indignação às vezes faz com que as pessoas divaguem sobre até fazer com que a constituição obrigue os servidores da gestão do serviço público a usar a saúde pública. Seria hilário se não fosse ridículo, afinal esse povo ganha muito bem.

Enquanto uma diária de um servente de pedreiro em obra comum tem uma diária de vinte reais, um deputado estadual do Amapá, por exemplo, custa 5,4 mil por dia. Logo nossos heróis podem pagar o melhor plano de saúde do Amapá: Tam e Gol.

Esta medida, aparentemente utópica, é a única alternativa que a população pobre e carente tem para ver o sistema público de saúde melhorado. O Governo do nosso país, em todas as instâncias, deve envergonhar-se da nossa saúde pública.  Eu em visita a alguns hospitais públicos; não como investigador, mas como visitante de alguns amigos que estavam convalescendo. Fiquei estarrecido com a entrada de um centro cirúrgico, mofo, poeira, clima úmido. Confesso que não teria coragem de extrair uma unha lá, imaginem tirar um apêndice.

Fica a pergunta ingrata: Como um país que vai gastar bilhões em copa do mundo e olimpíadas, não tem a capacidade de resolver a situação da saúde? Assim como se regionaliza o problema. Hoje a crise assola os pacientes de câncer, que tem seus tratamentos interrompidos com uma frequência incrível. Medicamentos para malária sumiram dos postos de saúde, medicamentos básicos como escopolamina e dipirona acabam rapidamente. Soropositivos ficam a míngua em plena época em que o coquetel tem salvado a vida de muitos pacientes. 

Medicamentos que só são fornecidos pelo sistema da FUNASA, são pedidos equivocadamente por falta de estores inaptos. Saúde é coisa séria e tem sido tratada como balcão de feira, onde cão e gato tentam gerir uma saúde como se fossemos cães que não tem direitos nem de ter uma qualidade de vida decente.

Mas os olhos se voltam para o que aparece; para politicas de arrendamento de voto, logo mais o pleito para as municipais começa e ai que as coisas param mesmo. De todas as inaugurações feitas de cunho nacional, estadual ou municipal, pouquíssimos são os investimentos em hospitais, no máximo um abastecimento tímido nas farmácias ou um reajuste para acalmar os médicos. mesmo assim as discrepâncias fazem o dinheiro público pingar em outros vasilhames que não tem urgência,  fomo folguedos e meias obras.

Vamos aguardar, quem sabe em algum momento quando precisarem do sistema público de saúde e só tiverem ele para recorrer, quem sabe se solidarizem e façam algo que realmente seja benéfico à saúde publica. Senão, reze meu amigo, reze...

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