Zequinha Sarney foi ministro do Meio Ambiente no governo de Fernando Henrique Cardoso em seu segundo mandato. Como era de se esperar, o “cachaça louca” como Jackson Lago costumava apelidar o filho do meio de Sarney; mandou tudo o que podia em verbas federais de sua pasta para o Maranhão quando sua irmã ocupava o Palácio dos Leões. Quando não havia mais nada a mandar, Roseana ainda queria mais e não sendo atendida, jogou um paralelepípedo na porta de blindex da casa do irmão ministro.
Jader Barbalho também teve seus momentos de ministro de Estado, Quando ministro da Reforma Agrária, tratou logo de enviar verbas a seu Estado para a desapropriação de uma fazenda, por onde passaria uma estrada que conduziria à Ilha de Caratateua, também chamada Outeiro. O que não se sabia na época é que a desapropriação para a passagem da estrada que conduziria a ponte, tão sonhada pelos paraenses por anos, ao seu balneário preferido, passava nada a menos do que pela fazenda Esperança, de propriedade de Joercio Barbalho, pai do ministro. Tanto a ponte quanto a estrada saíram.
Gedel Vieira Lima sempre foi um pimentinha do Congresso Nacional, mas quando o baiano ingressou no Ministério da Integração Nacional do governo Lula, não fez feio e remeteu à Bahia, uma vultuosa quantidade de recursos de seu ministério, deixando muitos Estados que logo a frente viriam a sofrer grandes perdas com os deslizamentos e chuvas torrenciais, como o Rio de Janeiro.
As enchentes em Alagoas e Pernambuco castigaram estes dois Estados em junho de 2010, quando mais de trinta municípios dos dois Estados declararam situação de emergência. O tempo virou e quem é a bola da vez este ano é Minas Gerais, com 66 municípios em situação de emergência. Enchentes e muitos deslizamentos ainda fazem vítimas no Estado onde os rios subiram assustadoramente. As cidades estão isoladas por causa de pontes que caíram ou estão interditadas. O governador Antônio Anastasia tem visitado as cidades afetadas.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, admitiu nesta quarta-feira que Pernambuco foi o Estado que mais recebeu recursos para prevenção de desastres. Bezerra é natural de Pernambuco, cotado para disputar a prefeitura de Recife nas eleições deste ano e provocou desconforto no Palácio do Planalto quando veio à tona a notícia de que ele destinara 90% da verba antienchente do governo para seu Estado. Chegou-se ao número considerando os valores efetivamente gastos pelo governo para os projetos de um total de 28,9 milhões de reais para todo o Brasil, Pernambuco recebeu 25,5 milhões de reais. O ministro então interrompeu as férias e convocou uma entrevista coletiva.
Para tentar se explicar, Bezerra citou outros números, o valor empenhado em ações de prevenção e destinado aos estados. Dinheiro empenhado não significa dinheiro gasto. Em 2011, o empenho total repassado à unidades federativas foi de 218 milhões. Disso, admitiu o ministro, 98 milhões de reais foram para Pernambuco, ou quase 50%. Do dinheiro empenhado em Pernambuco, 70 milhões de reais foram para a construção de cinco barragens. Ele justificou a liberação dizendo que o estado teve um dos maiores acidentes naturais da história do Brasil, com mais de 80.000 pessoas atingidas.
Depois de Pernambuco, os estados que mais receberam verbas federais para combate a desastres naturais foram São Paulo, com 40 milhões de reais empenhados, e Espírito Santo, com 16 milhões de reais. Ainda não choveu.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann a pedido da Presidente Dilma deixou a folga para acompanhar a situação das enchentes e o caos em aeroportos no fim de ano. O ministro admitiu que retornou ao trabalho depois da conversa com Gleisi. Ele disse que voltou para poder “checar” as ações do ministério que já estavam andamento em decorrência das enchentes. E deixou claro que a ministra está, sim, supervisionado seu trabalho. “Ministra Gleisi está inteiramente a par dessa nossa exposição”.
E ainda não choveu na horta de Fernando, mas uma coisa é certa, que ele foi semeado na reforma ministerial de Dilma, com certeza foi...
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