terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O aquecimento do cambio entre o Oficial e o Paralelo

A boa sabedoria diz que a melhor forma de lidar com um grande problema, é transforma-lo em um problema menor, não só em importância quanto em gravidade.  Talvez seja esse o enunciado de uma proposição simples que talvez não seja tão simples quanto parece. Mas aos olhos do observador externo e que não deve nada para a liturgia burocrática do sistema, talvez o caminho seja menos tortuoso e seus meandros possam driblar as armadilhas morais que o poder público coloca no caminho de seus servidores.

Podemos ver sob essa ótica a teoria de Gilvam Borges sobre a instalação do governo paralelo.  Se sendo uma forma de afronta ao regime da situação, com papel de oposição ferrenha ou simplesmente um brado de que as coisas realmente não estão dando certo sob o mandato dos socialistas e se instale uma sucursal governamental para dar apoio e não um motim.

Embora a minimização dos ritos para implantar os projetos preteridos pareça surreal aos olhos da população. Vejo como agente de desenvolvimento, que há uma grande probabilidade da ideia dar certo, mesmo com grande torcida contrária. Afinal, mesmo parecendo uma jogada política, uma bravata oposicionista, é de se esperar que as ações propostas sejam concretizadas, ou seria leviandade temporal e suicídio de carreira politica, que não acredito que esteja passando na cabeça de Gilvam ideias kamikazes neste momento.

Mas a velocidade com que as coisas tem se propagado, muitas insurreições hão de se levantar quanto ao governo paralelo, afinal sua sede deve ser inaugurada até o final deste mês e a mídia situacionista já chama de “Palácio do Governo” com tom jocoso. Os embates prometem ser homéricos e muitas devem ser as baixas a se relatar daqui para frente, até mesmo por que alguns agentes da mídia oposicionista foram abalroados pela policia, pouco antes da virada do ano novo e o recado foi dado pela situação e seus assessores biônicos: “Estamos de olho, não se metam conosco!”

Mas as 25 mil casas populares devem ser esclarecidas à população, não como um milagroso PAC, mas como um projeto em longo prazo com intercalação de mandatos, que deve culminar com o pleito de 2014. Assim como as ações de desenvolvimento e apoio as atividades do Governo Oficial dependem dos recursos oficiais enviados pelas emendas parlamentares e financiamentos via BNDS que podem ocorrer com as prefeituras que tem contrapartida e nenhuma restrição no sistema da união.

Talvez seja esse o grande erro dos políticos, não só amapaenses, mas no cenário nacional. A falta de detalhes, nem digo transparência, pois não cabe neste enfoque, mas o povo gosta de detalhes, afinal o diabo mora e se esconde nos detalhes. Então é bom deixa-lo desabrigado.

Não basta apenas divulgar o tão polêmico projeto de atuação do PMDB e demais partidos da base aliada à oposição como o PDT. Mas como todos os outros que não compõem a pequena e frágil base de Camilo, afinal o PT já começa dar sinais de que a cisão acontecerá quando o PSB resolver anunciar (e isso é falácia, pois já está resolvido desde a posse do governo PSB) o lançamento de chapa própria ao Palácio Laurindo Banha, deixando o PT a cavar o poço do que fazer, para não fazer água.

Gilvam sabe muito bem desse contexto todo, afinal seus tempos de menino a brincar petecas na sob o olhar vigilante de seu Miguel já se foi há muito tempo e a política já se incorporou ao seu DNA, assim como tantos outros políticos amapaenses. Seu principal oponente promete uma guerra ferrenha e atira para todos os lados, por ora seus canhões de pólvora negra, aquela faz muito barulho e fumaça, mas pouco estrago; estão voltados para a ALAP e Moisés Sousa, que tem se revelado um oponente de peso desde que se soltou dos grilhões do baixo clero. Mas não me admirará se amanha o MP estadual não se entorte todo em críticas a legalidade do "governador" Gilvam.

A corrida à prefeitura de Macapá começa, embora o pomposo orçamento cantado sempre em tempos de eleição seja muito comprometido e tenha feito Roberto Góes rebolar bastante para se manter a frente da PMM com sua fraca equipe (que não são todos, ainda se tem bons gestores) não tão coesa no secretariado. Mas a comunicação é boa, não se pode negar; a máquina da mídia ainda faz muita diferença.

Pode ser que Gilvam também se utilize deste expediente, pois apesar das boas intenções, o nome “governo paralelo” ainda remete a algo imoral e criminoso, devido ao preconceito de palavra, mas isso são armadilhas da língua portuguesa, não vamos divagar tanto, apenas aguardar para ver os episódios que virão deste quadro dantesco que tem se formado diante da falta de diálogo e excesso de testosterona e estrógeno que tem dado tanta efervescência a este caldo.

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