segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Em uma terra distante, um conto onde as fadas não brilham mais

Em uma terra distante existia um palácio iluminado, sem um bom monarca para habitá-lo. Por isso de terras próximas, vários príncipes vieram reivindicar o direito de habitar aquele palácio que reluzia forte como se astro luminoso fosse e por isso se imaginava que sua luz iria brilhar para sempre. Como era de praxe na época o maior Rei da vizinhança, apoiava ou não o príncipe morador do palácio desabitado e luminoso. Mas não interferia da maneira com que tais príncipes administravam ou dos benefícios ou malefícios que faziam no palácio reluzente.

Alguns príncipes até que fingiram ter algum cuidado, pelo menos para mostrar ao rei maior da vizinhança, que o palácio estava em ótimas mãos. Ora de davam uns bailes luminosos, ora se dava um pouco de luz aos menos iluminados sem se preocupar com o preço disso. Mas o que os príncipes não sabiam ou pelo menos fingiam não saber é que a luz não era eterna e um dia a conta iria chegar.

Passados os anos o rei de outrora já estava a sete palmos a longa data e o seu ultimo herdeiro resolveu dar uma olhada no palácio reluzente, como se não soubesse o que acontecera lá ao longo de todo esse tempo, mas como o povo do reino era meio alheio às questões, devido aos excessos de brioches, pantomines e patuscadas. Ninguém se preocupara em saber o que lhes alcançava; afinal o palácio sempre iluminou todo o reino e sua luz era “eterna”.

Mas o certo é que o tempo do palácio luminoso acabara. Afinal depois de tantos desperdícios à luz que fluía sempre abundante, se viu que nada de muito poderia se fazer. Incutido então em uma ideia, talvez prestidigitada por seu conselheiro dos sortilégios.  Sem muito o que fazer, esperar para que talvez a luz se apague de vez, para que se possa por a culpa nos outros príncipes que já passaram, seria uma ideia. Talvez ninguém se incomode com um pouco de escuridão nas horas mais inapropriadas.

Mas o pecado residiria no fato de que todos os príncipes que passaram pelo palácio reluzente, foram apoiados pela família do atual rei ou da do rei anterior. Logo todos os príncipes pertenciam à mesma estirpe e foram apoiados pelos mesmos e dinásticos monarcas que reinaram por lá por tanto tempo. Logo a culpa é solidária. Mas quem gosta de culpa?

A perceber que a luz se apagaria, e nem mesmo culpando os príncipes pelo grande rombo nas fazendas do reino, o monarca cercou-se de seus ministros e do que também era seu conselheiro do oculto ou o oculto em pessoa. Mesmo sem muito conhecer, elaborou um plano para pelo menos tentar repassar o castelo semi-crepúscular à imperatriz com a intenção de fazer com que a “grande mãe” socorresse sem perguntar por que ou sem olhar a quantidade de caixas de moedas do império seriam transportadas nessa operação de resgate.

O que não esperava o rei era que os olhos da fazenda imperial estavam abertos para o plano sem proveito e sem propósito, e enfim a proposta foi negada. O que resta então ao pequeno rei e esperar, esperar por uma salvação que talvez não venha, a não ser pela caducidade do palácio que um dia já foi reluzente, mas que aos poucos perde sua luz e a luz que virá, de alhures sabe-se lá oxalá de onde e quanto custará ao povo do reino que abriu seus olhos muito tarde e talvez não viva feliz para sempre...

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