terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Exéquias ao Socialismo de calendário

O Papa João XXIII teve um pontificado curto, mas algumas mudanças instituídas por ele em seu pontificado, como o Concílio do Vaticano II, que teve a meta de reformar a igreja católica em 1958, acabando com algumas discrepâncias como a missa em que o sacerdote além de celebrar em latim eclesiástico, ainda o fazia de costas aos fiéis.

Também foi obra deste ato reformista, a criação dos ministérios da fé, de onde muito se tirava o fardo das atividades da messe dos ombros do sacerdote, como o exclusivo ato da Eucaristia e dentre outros sacramentos.

Dentre eles, na região de Hessen onde moro e frequento minha tímida paróquia em meio a tantos metodistas e luteranos, ostento o pomposo título de Ministro das Exéquias, onde me é dada a tarefa de conferir ao defunto ou moribundo à misericórdia de Deus através da incensação, cânticos e orações, dando-lhe o consolo nas agruras da morte.

Neste exequial momento; vejo o socialismo também decair vertiginosamente dos tempos onde esta ideologia fadada ao fracasso sempre foi usada de maneira a transparecer ao povo, que o poder do povo estava com seus líderes geniais, mas no âmago de tudo, nunca passou de uma maneira bem descarada de locupletar-se dos espólios daquilo que diziam ser do povo, para o povo e com o povo. Pura demagogia.

Exemplos vê-se a rodo, Lenin, Stalin, Mao Tsé, e até a famigerada DDR que habitou a Alemanha até a queda do muro. Nem vamos falar dos pré-modernos socialistas que aos poucos começam a ir ocupar seus lugares na fila das exéquias como Kim Jong Il e Fidel (quase lá!). Todos vivendo uma fantasia onde os contos de fadas habitam seus palácios nada humildes, mas que o povo cumpre a risca os preceitos da vida onde tudo é comum e socializado, inclusive a vergonha!

Ver que ainda em tempos modernos levantam a cansada bandeira de acordo com a conveniência do momento e do local, chego a lembrar de Jorge Amado, que sempre que embarcava no avião rumo ao estrangeiro, pendurava no seu varal móvel a alcunha de comunista de sogro anarquista, mas ao retornar ao Brasil, já enredava o populismo de carteirinha.

Talvez com Jorge Amado, os partidários da foice cega e do martelo que já não mais malha, ainda insistam e suas retóricas e gritinhos ululantes de ordem, para tentar impressionar alguma ou outra massa de jovens que nada conhecem da alma socialista e assim como os tais neonazistas, acabam fundando uma seita de neossocialistas alienados, que creem veementemente que seus líderes vivem no ambiente franciscano, superiores as mazelas do capitalismo, comendo repolho com arroz quente e dormindo em alcovas socialmente compartilhadas com o mundo.

Sendo que os pequenos burgueses, jargão comum nos lábios de qualquer neossocialista que se preze, assim como proletariado e camaradagem. Andam em possantes máquinas a diesel e não são tratores do campo, mas Mitsubishis, Hondas e outros brinquedos que estacionam nas garagens de suas politicamente corretas e capitalistas habitações com cercas elétricas e câmeras que talvez tenham até inspirado George Orwell.

Hoje vejo que esses mesmos neossocialistas que tanto apedrejaram os tucanos pelo processo de privatização do patrimônio brasileiro, diga-se de passagem muitos elefantes brancos, mas também mamutes leiteiros como a Vale do Rio Doce, de certo que assim como os neossocialistas, os da direita democrata também prevaricaram e se locupletaram nessas operações. Mas ver os mesmos neossocialistas hoje, privatizando aeroportos, é de fato como se a previsão maia do fim do mundo para 2012 esteja em vias de rachar o solo.

Mais sinistro do que isso, é ver que as ideologias que se dizem sólidas e imutáveis, na politica sucumbem a qualquer vantagem desde que esta lhe traga a vitória, como já se dizia, em politica qualquer aliança vale desde que se vença. Talvez essa politica que tenha levado Psol a pegar os maços de real das mãos dos que exploram o proletariado no ultimo pleito, fazendo assim um senador.

Mas a gota de todas as exéquias é simplesmente ver Psol, PSDB e PPS andando de mãos dadas, em vias apocalípticas, só resta-me então pedir por suas exéquias a misericórdia divina: "Eis-me aqui Senhor, a encomendar esta pobre alma neossocialista que ascende para junto de ti na esperança do perdão de todos os seus pecados dentre eles o maior; de ter existido de fato, sem nunca ter sido de direita, muito menos de esquerda... ". Amém.

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