segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Et longue vie à l'or française

Um pingo de embaço enevoa a vinda eleitoreira de Nicolas Sarkozy à Guiana Francesa, o precioso Departamento mineral da França. Sendo o segundo caça votos que chega ao departamento ultramarino este mês, pois Francois Hollande já estivera recentemente para pedir o apoio para governar a França dourada.

Mas o que o cerimonial do presidente, já havia previsto muitas alterações na agenda do presidente, entre elas o cancelamento da vinda ao Brasil, pois apesar das obras da ponte binacional sobre o rio Oiapoque estrem concluídas do lado francês, do lado brasileiro, nada além de um grande cuvão, existe para inaugurar.

Como as pretensões francesas estão sobre o olhar do garimpo de ouro, cobiçado a longa data por ambos cidadãos fronteiriços, tem cada vez mais preocupado o lado francês. Uma prova disso foi a coincidência da vinda do presidente francês e o episódio ocorrido entre garimpeiros de mais uma fronteira adjacente, o Suriname. E brasileiros que garimpam no território francês.

O confronto desta vez aconteceu no Distrito de Dorlin a sudeste da Guiana. Motivado por acerto de contas entre garimpeiros pelo controle de uma cobiçada área que tem produzido bastante ouro para o comércio ilegal na Guiana Francesa. Vitimando nove brasileiros na sexta feira.

Apesar de ser um confronto que passaria despercebido em um momento qualquer, mas com a presença de Sarkozy no território, fez com que o presidente anunciasse um reforço nos dispositivos de segurança. Após o evento o comandante da Gerdanmerie, a policia local do departamento relatou a Sarkozy o evento e destacou a preocupação advinda dos confrontos em áreas de garimpo tem crescido exponencialmente com a imigração ilegal, na sua maioria de brasileiros advindos do Oiapoque.

A informação do comandante de que os grupos estariam portando armas de grosso calibre e algumas até de uso exclusivo do exercito, fez com que a atenção se voltasse ao combate extensivo dos garimpos ilegais dentro do território francês.

Com o discurso em tom de campanha, Sarkozy conclamou as nações fronteiriças a ajudar a combater a mineração ilegal de ouro nesta conturbada região. Inclusive o endurecimento da lei, no tocante ao que ele chamou de “crime grave”. Propondo inclusive pesadas penas para quem transportar produtos não autorizados utilizados como insumos em áreas de garimpo.

Do outro lado da fronteira, a inércia do Itamarati e do governo federal em atuar nesta área parece fluir ao sabor das correntes. Enquanto a França anuncia um reforço na sua policia urbana e em sua guarda de fronteira, o lado brasileiro ainda sonha com a abertura de um portal do paraíso da França Dourada. ..

Um comentário:

  1. Ei, Charles! É o Miguel Gil! Bom texto! A França vem defendendo os seus interesses com o discurso do "politicamente correto", mas age com o rigor de práticas beligerantes; já o Brasil tenta manter uma tradição histórica (e há várias versões para esta história!) de ser um país que não usa "argumentos belicosos", mas busca resolver seus conflitos por meio dos caminhos diplomáticos (os oficiais e não os oficiosos!). Ou, em outras palavras, o Brasil tenta usar o famoso "soft power" para conseguir o tão cobiçado assento no Conselho de Segurança da ONU. O problema, é que o "soft power", só funciona com o "hard power". E assim, vamos pagando o preço de uma postura dita diplomática, mas, em verdade, é uma postura omissa.
    E o pior, é o silêncio de nossos parlamentares que tentam falar sobre o problema ao invés de resolvê-lo!
    Bom dia, amigo! Até a próxima.

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